INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RECORRENTE PRÉ E PÓS NEFRECTOMIA TOTAL UNILATERAL ESQUERDA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO: Infecção do trato urinário recorrente (ITUr) se caracteriza pela presença de no mínimo dois episódios de infecção do trato urinário (ITU) em seis meses, ou três em um ano, após a cura da primeira infecção. O subtratamento, a não realização de profilaxia e a não adesão correta ao tratamento são algumas das causas que podem levar esses quadros a insuficiência renal.
OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com quadro de ITUr atual, submetida anteriormente à nefrectomia total unilateral esquerda, devido a um rim insuficiente por antigas ITUr's.
MÉTODO: Trata-se de um estudo de caso, no qual as informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e entrevista com a paciente.
DESCRIÇÃO DO CASO: I.Z., 56 anos, branca, natural e procedente de Criciúma/SC, católica, aposentada. Compareceu ao ambulatório de Nefrologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense em 18/08/2015 para primeira consulta, com queixa de ITUr. A paciente relatou que em 2002 foi submetida à nefrectomia total unilateral esquerda após ITU não tratada que se agravou e a levou a internação hospitalar. Após o procedimento, adquiriu hipertensão e permaneceu com os quadros de ITUr, cerca de seis episódios por ano, sendo que nem todos foram tratados com antibioticoterapia, tampouco realizado tratamento profilático prolongado. Os sintomas mais frequentes dos episódios são disúria, polaciúria, febre, cefaleia, dor em região lombar na topografia do rim direito, e por vezes, hematúria macroscópica. Há cerca de dois anos recebeu diagnóstico de diabetes. A paciente apresenta ainda história familiar positiva para diabetes e para nefropatias – um primo em hemodiálise e outro transplantado renal. Ao exame físico: palpação positiva do rim direito, indolor, com consistência firme, superfície lisa e regular; ausência de Giordano e visualização de cicatriz verticalizada em região lombar esquerda. Mediante ao quadro foi firmado o diagnóstico de ITUr e a conduta realizada foi a solicitação dos exames de microalbuminúria de 24 horas, clearence de creatinina, exame qualitativo de urina com urocultura e teste de sensibilidade a antibióticos, para melhor guiar o tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O caso relatado reforça a importância da profilaxia, como forma de prevenir novos episódios de ITU’s e suas complicações, como também de um acompanhamento com testes de sensibilidade para o ajuste terapêutico dos episódios sintomáticos e para guiar a seleção antibiótica de episódios subsequentes.
ITUr, ITU, infecção do trato urinário recorrente, infecção do trato urinário, profilaxia, nefrectomia, insuficiência renal
Clínica Médica
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Santa Catarina - Brasil
Estéfani Molinar, Gabriel Santos da Silva