Rastreio de Câncer de Colo de Útero em Mulheres do Interior do Nordeste do Brasil
No mundo há mais de 450 mil casos de câncer invasivo do colo do útero a cada ano, levando a 250 mil mortes. De modo geral, essa neoplasia é o segundo câncer mais comum em mulheres e o terceiro câncer mais comum em geral. Com o objetivo de reduzir as taxas de morbimortalidade, desde 1988, o Ministério da Saúde do Brasil adota como norma a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõe a realização do exame citológico anual para mulheres de 25-59 anos de idade, ou que já tenham tido atividade sexual, ou a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos. Contudo, verifica-se que as taxas de incidência e de mortalidade ainda permanecem altas, o que desafia as medidas até então adotadas, sinalizando possíveis deficiências na oferta, no acesso e na qualidade das referidas ações.
Quantificar as mulheres que realizam coleta do esfregaço cervicovaginal no tempo recomendado; Analisar o perfil das mulheres no rastreio do câncer de colo uterino na cidade de Peritoró-MA.
Estudo transversal, realizado através da coleta de dados através de questionários aplicados durante o“Projeto Ligação”, na cidade de Peritoró-MA. O projeto, realizado no dia 22 de Agosto de 2015 teve como objetivo promover estratégias de promoção de saúde através de prevenção primária e diagnóstico precoce de patologias de alta incidência e prevalência. A tabulação e análise descritiva dos dados foi foram realizadas no programa Epiinfo 7.0.
Foram abordadas 101 pacientes, as quais apresentavam idade média de 43 anos, com desvio padrão de 13. Em relação ao rastreio, 77% das mulheres já tinham sido submetidas ao esfregaço cervicovaginal, das quais 78% tinham realizado o exame em um tempo prévio de 1-3 anos. Em relação à história familiar, todas (100%) as mulheres que apresentavam história familiar de câncer de colo uterino (12) já tinham sido submetidas ao exame de rastreio.
Pode-se observar que na população estudada, ainda há uma grande proporção de mulheres em idade fértil (23%) não rastreada adequadamente, e que mesmo as que já tinham sido submetidas ao exame, 22% não obedeceram ao tempo padrão determinado para a reavaliação de rastreio. Com tais dados é possível afirmar que as taxas de rastreio ainda estão aquém do preconizado (80%) e que estratégias de melhoria no acesso e cobertura do programa devem ser implementadas.
Exame Citológico; Câncer de Colo de Útero; Taxas de Morbimortalidade; Promoção de Saúde.
Clínica Médica
Gabriela Garcia de Moura, Camilla de Lima Carneiro, Kaoma Evangelista Vaz, Rangel de Sousa Costa