Perfil Epidemiológico e Infecções Oportunistas em Indivíduos Portadores de HIV/Aids atendidos em um Hospital de Referência do Norte do Estado do Tocantins
INTRODUÇÃO: O perfil epidemiológico do HIV no Brasil vem
apresentando modificações importantes nos últimos anos, como a heterossexualização, feminização, pauperização e interiorização dos casos, necessitando assim, de mais estudos em cidades interioranas, onde os levantamentos epidemiológicos ainda são escassos. Em relação as infecções oportunistas, diversos estudos têm mostrado que elas se caracterizam como importante causa de morbimortalidade entre os indivíduos com HIV/Aids, mesmo que as profilaxias tenham sido utilizadas. E a contagem, anormalmente baixa de células CD4+, tem sido usada para verificar o status imunológico desses pacientes.
OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico e a ocorrência de infecções oportunistas em indivíduos com HIV atendidos em um Hospital de Referência do norte do Estado do Tocantins, analisando sua prevalência e correlacionando com a profilaxia e a contagem de linfócitos TCD4+.
MÉTODOS: Estudo observacional, transversal e retrospectivo sobre base de dados secundária, que incluiu pacientes infectados pelo HIV, maiores de 18 anos de idade, de ambos os sexos. Os dados foram obtidos mediante consulta aos prontuários dos pacientes atendidos no período de janeiro a março de 2013. A tabulação dos dados foi realizada utilizando-se o software Epi Info 7 e o Excel.
RESULTADOS: Foram analisados prontuários de 117 pacientes. Destes, 71(60,68%) tinham entre 21 e 40 anos, com uma mediana de 29,5 anos, 103 (88,03%) eram pardos, 62 (52,99%) eram mulheres, em 116 (99,15%) a transmissão foi pela via sexual; 63 (53,85%) realizaram profilaxia primária, e ainda assim tiveram infecção oportunista. Oitenta e um pacientes apresentaram contagem de linfócitos TCD4+ < 500 células, e destes, 52(64,19%) tiveram infecção oportunista (p<0,05), sendo a neurotoxoplasmose a mais frequente, com 12 casos (23,07%); três (2,56 %) pacientes foram a óbito.
CONCLUSÃO: Após a análise desses prontuários, verificou-se que a amostra estudada apresentava perfil de adultos jovens, pardos, a maioria mulheres, infectadas por via sexual, refletindo assim, a necessidade de maior conscientização dessa população quanto ao uso de preservativo. Mesmo com a profilaxia primária, os índices de infecção oportunista permaneceram elevados, e inversamente proporcionais à contagem de linfócitos TCD4+. No entanto, o percentual de óbito dos pacientes estudados mostrou-se baixo.
HIV; infecções oportunistas; profilaxia.
Clínica Médica
FAHESA-ITPAC - Tocantins - Brasil
FABIANA SILVA DOS SANTOS, ANA BARBARA FELICIANO SOUZA SANTOS, BRENDA LOMAZZI CUNHA, LUCAS LIMA COSTA