Título

Levantamento estatístico de hepatopatias em dependentes e ex-dependentes de álcool triados aleatoriamente no Alcoólicos Anônimos

Fundamentação/Introdução

O alcoolismo e seus problemas representam um tema prioritário em Saúde Pública, visto que afeta diversos aspectos da vida, devendo ser encarado como um problema individual, familiar, profissional, social e econômico. A pesquisa foi feita com o intuito de conhecer e esclarecer os efeitos deletérios somáticos do alcoolismo crônico em membros dos Alcoólicos Anônimos (AA), um grupo de pessoas com altos fatores de risco para desenvolver hepatopatias e que não recebem devida atenção social e/ou multiprofissional.

Objetivos

Objetivou-se realizar um levantamento estatístico das hepatopatias em dependentes e ex-dependentes de álcool triados no Alcoólicos Anônimos, além de descrever o perfil epidemiológico da amostra e avaliar o grau de dependência de álcool através da aplicação do questionário CAGE.

Delineamento e Métodos

O estudo foi quantitativo, observacional e retrospectivo; para a avaliação da presença de hepatopatias foram utilizados resultados de exames laboratoriais dos participantes, além da aplicação do questionário CAGE para avaliação do grau de dependência do álcool; as variáveis epidemiológicas foram avaliadas através do Questionário de Dados Pessoais.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Verificou-se que 64,27% dos membros de AA não usam álcool há mais de 6 anos, sendo a maioria dos participantes abstêmios por 20 anos ou mais. Do total, 42,85% das pessoas já haviam usado droga(s) ilícita(s), principalmente derivados da Cannabis sativa, esse fator teve relativa importância no desenvolvimento de doença hepática. Usando o questionário CAGE, constatou-se que absolutamente 100% dos membros de AA foram enquadrados em transtorno com o álcool, ou seja, dependência alcoólica. Comprovaram-se alterações laboratoriais de enzimas hepáticas em 14,28% dos participantes. A análise das diversas variáveis do hemograma revelou alterações discretas em alguns participantes. A hepatopatia mais comum foi esteatose hepática alcoólica, que correspondeu a 49,99% do total de pessoas, sendo subdividida em leve e moderada.

Conclusões/Considerações Finais

Observou-se que a maioria das doenças hepáticas encontradas nos membros de AA de Santarém foi a esteatose hepática alcoólica, assim como presença de alterações relevantes nos hemogramas e nos testes de função hepática daqueles. O CAGE ajudou a descoberta do alto nível de dependência ao álcool de todos os participantes da pesquisa. Vimos, também, que o AA tem grande importância na sociedade e ajuda muitas pessoas a se recuperarem da dependência do álcool, permanecendo em abstinência total de álcool por anos.

Palavras-chave

Alcoolismo; Alcoólicos Anônimos; Hepatopatia; Drogas.

Área

Clínica Médica