TRICOEPITELIOMA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM MOLUSCO CONTAGIOSO EM CRIANÇA
Introdução: O Tricoepitelioma é uma neoplasia rara cutânea benigna, derivada dos folículos pilosos, que acomete principalmente a face, com maior frequência entre mulheres jovens. Seu diagnóstico clínico representa um desafio, por compartilhar semelhanças clínicas e histológicas com diversas patologias. Estudos mostram uma relação com o carcinoma basocelular, além de um raro potencial para malignização. Não é comum a apresentação na infância. As lesões caracterizam-se por pápulas ou nódulos, firmes e translucentes, geralmente assintomáticos e sem tendência ao desaparecimento, com frequentes recidivas ao tratamento. Devido a sua baixa incidência e evidência, o tratamento não é padrão e baseia-se em diferentes procedimentos. Pelo envolvimento facial, pode causar problemas sociais e psicológicos entre os pacientes.
Objetivos: Apresentar um relato de caso de Tricoepitelioma em criança, discutindo os aspectos diagnósticos e terapêuticos.
Métodos: Estudo do tipo descritivo, através da apresentação de um relato de caso com diagnóstico histopatológico de Tricoepitelioma realizado a partir de um diagnóstico diferencial com Molusco Contagioso.
Descrição do caso: F.D.C., 11 anos, sexo feminino, branca, levada por sua mãe inicialmente no ano 2013 à consulta dermatológica devido à presença de “bolinhas” na face de início há 1 ano. Ao exame dermatológico, apresentava micropápulas hipocrômicas, algumas brilhantes isoladas e agrupadas na face, com hipótese diagnóstica inicial de Molusco Contagioso, sendo medicada com melhora parcial das lesões. Retornou no mesmo ano à consulta sem melhoras, sendo realizado curetagem. Em 2014, surgiram novas e numerosas lesões na face, realizando-se novamente curetagem e medicação. A paciente retornou em 2015 e ainda apresentava lesões, além de discretas manchas hipocrômicas na face, estas, com diagnóstico de eczemátide. Foi realizada nova curetagem e frente a resistência terapêutica das lesões foi solicitado biópsia, obtendo-se o diagnóstico histopatológico de Tricoepitelioma.
Conclusões: Devido ao diagnóstico diferencial com Molusco Contagioso frequente na infância e aos poucos casos de Tricoepitelioma nesta faixa etária, torna-se importante a documentação deste caso, de forma a auxiliar para um diagnóstico precoce e de certeza. Além disso, são necessários mais estudos sobre estes pacientes para comparar a eficácia dos diferentes métodos de tratamento, de forma a minimizar os efeitos psicológicos relacionados.
Palavras-chaves: Tricoepitelioma; criança; diagnóstico diferencial.
Clínica Médica
FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS - Rio de Janeiro - Brasil
SUELLEN RIBEIRO DE OLIVEIRA WILKEN, KARINA SEVERIANO MARTINS, FERNANDA MACHADO MOURA DA SILVA, MARIA AUXILIADORA PEIXOTO PEÇANHA, EDILBERT PELLEGRINI NAHN JUNIOR