PREVALÊNCIA DE ENDOCARDITE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE: PERFIL DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO
O perfil epidemiológico e microbiológico da EI mudou substancialmente,afetando pacientes mais velhos que frequentemente a desenvolve como o resultado deprocedimentos associados à assistência à saúde.
Analisar a prevalência de Endocardite Infecciosa associada aos cuidados de saúde (EI-ACS), a sua etiologia microbiológica e confrontar com a literatura atual, bem como identificar os seus possíveis determinantes.
Estudo de caráter descritivo, retrospectivo, transversal, com dados secundários, obtidos através de prontuários de 32 pacientes adultos, período 2011 a 2015. Analisados: dados clínicos e infecciosos, hemoculturas, ECO e possíveis relações com cuidados a saúde e evolução dos casos. Após a coleta dos dados, procedeu-se à organização através dos gráficos de colunas e de setores e, das frequências percentuais para cada variável.
Faixa etária variou de 21 a 72 anos, sendo 12,5% até 30 anos, 53,1 % entre 30 e 60 anos e 34,3% maiores que 60 anos. Entre as comorbidades mais prevalentes, 46,8% apresentavam cardiopatia prévia, 36,2% diabéticos, 25% com doença renal crônica dialítica, 21,8% hipertensos, 12,5% portadores de patologias inflamatórias intestinais e 6,2% com hepatopatias. Do total, 22 foram submetidos a procedimentos invasivos de cuidados à saúde, sendo que, 59% possuíam dispositivos prosteticos, 36,8% cateter de longa permanência e 9% realizaram cirurgia. Nas hemoculturas realizadas, 43,7% não houve crescimento microbiologico, 15,6% foram isolados Staphylococcus aureus, 9,3% Enterococcus, 9,3% Staphylococcus epidermidis, 6,2% Staphylococcus haemolyticus, 6,2% fungos, 3,1% Klebsiella pneumoniae, 3,1% Pseudomonas aeruginosa, 3,1% Streptococcus bovis, 3,1% Streptococcus α-hemolítico, 3,1% grupo corineforme. As principais complicações incluíram insuficiência cardíaca aguda por ruptura de folheto em 6,2%, 15,6% evoluíram com eventos embólicos e 9,3% casos de abscessos. Como desfecho, entre os casos não relacionadas a cuidados de saúde, 70% alta hospitalar e 30% casos óbitos. Especificamente entre os 22 casos de EI-ACS, 50% evoluíram com altas hospitalares e 50% para óbitos.
Prevalência de endocardite pode ter relação com causa microbiológica e fatores de risco, orientando a uma terapêutica empírica dirigida.Alta prevalência de EI-ACS deve-se ao fato do hospital ser terciário, com perfil de pacientes que necessitam procedimentos invasivos e serviço de diálise referência na região.
endocardite infecciosa, endocardite associada aos cuidados de saúde, microbiologia, terapêutica empírica dirigida
Clínica Médica
BRUNA CAVALCANTE TORRES, ADRIELLE CARDOSO BONFIM, LUCIANA VERGARA FERRAZ DE SOUZA, ANA CAROLINA TERRA CRUZ, GELVANA FLAVIO BARRETO REIS