MENINGITE POR Haemophilus influenzae tipo B
No controle da doença meningite por H. influenzae, a medida mais eficaz desde o advento dos antibióticos introduzida foi uso da vacina Haemophilus influenzae B (Hib) A eficácia de tal medida é inquestionável e pode ser avaliada pela redução significante do número de casos de meningite por esse agente. Na literatura, são escassos os relatos de meningite bacteriana por H. influenzae na faixa etária adulta.
Relatar o caso de meningite por Haemophilus influenzae tipoB em um paciente adulto imunocompetente.
Informações obtidas através de revisão de prontuário médico, análise de resultados dos métodos diagnósticos aos quais paciente foi submetido e revisão da literatura atual.
O artigo descreve um caso de uma mulher de 52 anos que deu entrada em nosso serviço com quadro de cefaléia holocraniana de forte intensidade, episódios de êmese, mialgia intensa em região cervical há 8 dias e hipertermia 40o C naquele dia, associada ainda à rigidez de nuca. História clínica, exame físico e análise do líquor, conferiram padrão compatível com meningite bacteriana (isolado Haemophilus influenzae tipo B na cultura). Paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, hipertensão arterial sistêmica e hipertemia de difícil controle quando foi encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sendo necessária intubação orotraqueal, uso de drogas vasoativas e monitorização. Adquiriu ITU e insuficiência respiratória por pneumonia associada a ventilação mecânica por Pseudomonas aeruginosas na UTI, aonde permaneceu por 46 dias, recebeu antibioticoterapias específicas. Com recuperação completa dos padrões hemodinâmicos e do quadro clínico em geral, recebeu alta após 67 dias de internação, sem queixas, consciente, orientada com receita e assistência home care médica, fonoaudióloga e fisioterapeuta.
A meningite bacteriana por Haemophilus influenzae tipo B teve seu perfil epidemiológico alterado nas últimas décadas, principalmente pelos grandes avanços na área da prevenção primária e no aumento do número de doenças crônico-degenerativas e imunodepressoras. Faz-se necessária a continuidade do estudo de sua prevalência, fatores de risco e prevenção tanto em crianças, quanto em adultos, hígidos ou não, pois tal moléstia pode levar a um quadro grave e potencialmente fatal, necessitando de intervenção precoce e agressiva para um desfecho favorável.
meningite, Haemophilus influenzae tipo B, antibioticoterapia
Clínica Médica
Bruna Cavalcante Torres, Gelvana Flávio Barreto Reis, Fernando Camargo Pansera, Adrielle Cardoso Bonfim, Maricy Almeida Viol Ferreira Lopes