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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Disfagia secundária a osteófito gigante em coluna cervical: um diagnóstico diferencial raro

Fundamentação/Introdução

A presença de disfagia (Df), sintoma comum na prática médica, abre um grande espectro de possibilidades diagnósticas. Osteófito gigante (OG) em coluna cervical anterior é uma das causas mais raras de Df e deve ser sempre lembrada após exclusão de diagnósticos mais prováveis.

Objetivos

Descrever um caso clínico e a abordagem de Df progressiva com diagnóstico raro.

Delineamento e Métodos

Descrição de caso clínico acompanhado em unidade de internação e pesquisa de artigos na rede SCIELO e MEDline.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

AAA, 70 anos, natural e procedente de Belo Horizonte, admitido com tosse produtiva, taquidispneia e prostração. Relatava história de Df progressiva para sólidos e líquidos, emagrecimento de 20kg, astenia intensa e aspirações há 6 meses. À exceção da Df grave, exame neurológico era normal. Suspensa dieta via oral, tratado para pneumonia aspirativa e iniciada propedêutica para Df. À ressonância magnética cervical foi evidenciada compressão extrínseca por OG anterior em nível de C3-C4, com protrusão significativa no espaço retrofaríngeo. Não foram constatadas outras alterações em exames complementares. Realizada ressecção do osteófito e o paciente vem evoluindo com melhora da Df.
Durante a investigação de Df, deve-se pesquisar causas musculares, neurológicas, distúrbios motores e obstruções mecânicas, principalmente as neoplasias avançadas graves. A hipótese rara de OG cervical deve ser aventada principalmente em maiores de 50 anos. O mecanismo da Df é a interferência com a deglutição na junção faringoesofágica ou com a peristalse esofágica na região da coluna cervical baixa. A Df progressiva pode vir associada à sensação de corpo estranho na garganta, tosse seca, perda de peso, odinofagia, disfonia, obstrução das vias aéreas ou dor. Podem levar à formação de grandes osteófitos cervicais: hiperostose idiopática esquelética difusa (principal), espondilite anquilosante, entre outras. A região mais afetada localiza-se na altura da cartilagem cricóide (C4 a C6), local onde o esôfago encontra-se relativamente fixo, com pouca mobilidade. O tratamento conservador é a primeira opção terapêutica. A cirurgia é reservada aos casos graves ou resistentes ao tratamento clínico.

Conclusões/Considerações Finais

Durante a investigação de Df, a hipótese de osteofitose cervical deve ser descartada principalmente nos indivíduos idosos. É importante identificar os pacientes portadores de uma maior probabilidade de doença subjacente grave para que possam ser geridos de forma rápida. O diagnóstico diferencial com neoplasias deve ser realizado.

Palavras-chave

osteófito gigante; disfagia; compressão esofágica.

Área

Clínica Médica

Autores

Luisa Carvalho Lovisi, Amanda Mota Veiga, Juliana Araújo, Marilucy Oliveira Santos, Pollyana Vieira Gonze