PUSTULOSE EXATEMÁTICA GENERALIZADA AGUDA - PEGA: RELATO DE CASO
A Pustulose Exantemática Generalizada Aguda é uma patologia rara, caracterizada pelo desenvolvimento abrupto de pústulas estéreis não foliculares sobre áreas eritemato edematosas, acompanhadas por febre alta e leucocitose. A hipersensibilidade às drogas é a causa mais frequente.
Descrever um caso de Pustulose Exantemática Generalizada Aguda como emergência dermatológica presente nos Prontos Atendimentos.
Nao se aplica.
Paciente de 67 anos, feminina, dois dias após iniciar o uso de Amoxicilina, começou a apresentar lesões com pústulas eritemato-pruriginosas, em regiões mediais das coxas, mucosa de cavidade oral e posteriormente, em axilas, abdome e dorso. Paciente sem correlacionar esses sintomas à Amoxicilina, continuou a fazer o uso da mesma. Quatro dias após o início dos sintomas, procurou um serviço de emergência, onde foi internada, retirada a Amoxicilina e iniciado Hidrocortisona. Evoluiu com piora do quadro e disseminação das lesões. Na avaliação da Dermatologia foi levantada a hipótese de Síndrome de Steven-Johnson ou Necrólise Epidérmica Tóxica, encaminhada para o isolamento, com prescrição de Imunoglobulina 90 gramas por três dias e Metilprednisolona 80mg/dia em substituição da Hidrocortisona, hidratação endovenosa, tratamento sintomático e suportivo, cuidados como os de “grande queimados”. Paciente evoluiu com 30% de desprendimento de pele. Ao longo da internação apresentou picos febris, anemia, leucocitose e plaquetopenia. O laudo da biópsia de pele mostrou aspecto histológico compatível com Pustulose Exantemática Generalizada Aguda (PEGA). Progrediu com melhora, persistindo lesões pustulosas e outras cicatriciais. Após 17 dias de internação hospitalar, a paciente recebeu alta com melhora completa.
A Pustulose Exantemática Generalizada Aguda que se caracteriza por edema e eritema disseminados, cobertos por pústulas assépticas não foliculares, é uma reação adversa severa cutânea, mediada por células T. É causada por drogas em mais de 90% dos casos e a mortalidade é de até 5%. No caso de PEGA, o pilar do tratamento é identificar e retirar o mais rápido possível a droga indutora da reação.
PEGA, farmacodermia, emergência dermatológica, Amoxicilina
Clínica Médica
Centro de Informações Toxicológicas - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Leticia Amstalden Bertoncini, Cirene Lesniowski Delgobo Delgobo, Noessa Hiromi Assano Stangler, Monike Medeiros Rosa, Leonardo Simas Abi Saab