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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Veia Cava Superior como manifestação inicial de Linfoma Não-Hodgkin − Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A síndrome de veia cava superior (SVCS) resulta de qualquer condição que leva à obstrução da drenagem venosa da cabeça, pescoço e extremidades superiores. Em 60% dos casos relaciona-se com doenças malignas, sendo que em apenas 4% aparece como manifestação inicial de linfoma não-Hodgkin (LNH).

Objetivos

Descrever um caso de síndrome de veia cava superior como primeira manifestação de um LNH.

Delineamento e Métodos

Foram coletados dados de uma paciente com Síndrome de Veia Cava Superior, obtidos através de prontuários e seguimento

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente feminina, 58 anos, hipertensa, com insuficiência venosa em membros inferiores e tabagista 12 maços/anos. Iniciou um ano antes da admissão hospitalar com dispneia e tosse seca. Nas duas semanas prévias à internação teve piora respiratória associada à sudorese, febre, cefaleia e fraqueza nos membros superiores. Em paralelo, notou um edema em face e região cervical. Com a evolução para dispneia aos mínimos esforços e ortopneia procurou a assistência médica. Na admissão estava taquidispneica, tórax com pletora, circulação colateral e telangiectasias, linfonodomegalia na região supraclavicular esquerda (2cm, móvel, doloroso) e direita (1cm) e ausculta pulmonar com estertores e sibilos. Teve melhora do quadro após medidas para broncoespasmo. Em vista da apresentação caracterizar uma Síndrome de Veia Cava Superior iniciou-se a investigação etiológica. A tomografia de tórax evidenciou linfonodos cervicais e inúmeros linfonodos mediastinais em bloco provocando compressão da veia cava superior. Na biopsia do linfonodo supraclavicular, o resultado foi compatível com Linfoma não-Hodgkin. O edema proveniente da obstrução venosa já estava comprimindo a via aérea quando, pela gravidade do quadro, foi iniciado corticoide e quimioterapia. O laudo de imunohistoquímica descreveu neoplasia de linhagem linfohematopoiética, podendo corresponder a linfoma linfoblástico de células T (Ki-67, CD45 e CD43 positivo).

Conclusões/Considerações Finais

A maioria dos LNH causam a SVCS por compressão extrínseca devido ao aumento dos gânglios linfáticos. Os achados mais frequentes são o edema em face e pescoço (82%), edema da extremidade superior (68%), dispneia (66%), tosse (50%) e dilatação dos vasos superficiais do tórax (38%). As massas mediastinais constituem um desafio diagnóstico pouco frequente estando associadas à investigação tardia e mau prognóstico. Ressalta-se que a familiaridade com a semiologia da síndrome proporciona a identificação e intervenção precoces podendo mudar esse desfecho.

Palavras-chave

Linfoma não-Hodgkin, Síndrome de veia cava superior, Linfoma linfoblástico de células T.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil

Autores

Zuan Patricia Copana-Olmos, Maysa Tamara Silveira, Camila Soares Araujo, Marcel Luiz Brunetto, Lourdes Marangoni Gualdani