AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DA SEPSE COM GLUTAMINA VIA ENTERAL
A sepse é a principal responsável pelo óbito de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva. Por isso, pesquisas para o tratamento e prevenção desse quadro tornam-se cada vez mais necessárias.
O objetivo deste estudo foi analisar as alterações morfohistológicas observadas em íleo, pulmão, rim e fígado em ratos submetidos a sepse utilizando previamente glutamina via enteral.
Utilizaram-se 15 ratos Wistar alocados em dois grupos: Grupo A - controle (n=5) submetidos a sepse por ligadura e punção do ceco (LPC) e grupo B - experimento (n=10) aos quais foram ofertados 0.5 g/kg/dia de Resource Glutamine, em pó, Nestlé®, 48 horas antes da indução da sepse, desencadeada por LPC, sempre com duas transfixações. Decorridas 48 horas, todos foram eutanasiados e retiraram-se pulmão direito, rim direito, fígado e íleo, além da coleta de sangue. A análise histológica dos órgãos foi feita através da coloração de hematoxilina-eosina. Classificou-se as lesões de acordo com um score: atribui-se valor zero a lesões ausentes; valor 1 a lesões discretas; e valor 2 a acentuadas. As lesões no íleo foram multiplicadas por 3, as lesões nos rins por 2 e as lesões no pulmão e no fígado por 1. A somatória dos valores atribuídos a cada animal resultou em sua nota final. No íleo, avaliaram-se as vilosidades; no fígado, esteatose microgoticular; no pulmão, pneumonite intersticial; e no rim, vacuolização dos túbulos contorcidos proximais. Os resultados das notas totais de cada animal foram descritos por médias, medianas, valores mínimos, valores máximos e desvios padrões. Para a comparação dos grupos em relação ao escore final (nota), foi usado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney.
A lise celular e a destruição das vilosidades observadas no íleo do grupo controle foram mais intensas em relação aos animais que receberam glutamina. No rim, verificou-se vacuolização mais acentuada dos túbulos contorcidos proximais no grupo controle em relação aos animais que receberam glutamina. Tanto a esteatose microgoticular e a pneumonite intersticial mostraram-se semelhantes em ambos os grupos. O resultado do teste estatístico indicou a rejeição da hipótese nula (p=0,006).
Verificou-se assim, que o uso de glutamina via enteral previamente a sepse na dose de 0,5 g/kg/dia preservou de maneira significativa a estrutura histológica do intestino delgado e os rins em ratos (p<0,05).
Glutamina; Sepse; Ratos; Peritonite.
Clínica Médica
Isadora Moscardini Fabiani, Sérgio Luiz Rocha