Análise da prática da Farmácia Caseira e o descarte de medicamentos pelos pacientes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no Município de Lages – SC
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos, o que coloca o Brasil em sexto lugar entre os países consumidores de medicamentos, onde se calcula que 20% do que é adquirido é descartado na rede de esgotamento sanitário ou no lixo comum. Diante disso, grande parte da população brasileira possui medicamentos em sua residência, acumulando-os de forma a constituir o que se pode denominar de farmácia caseira (um estoque domiciliar de medicamentos). Faz-se necessário que a farmácia caseira possa garantir a qualidade dos medicamentos, através do adequado armazenamento destes. O descarte deve evitar prejuízos ao ambiente e à saúde dos indivíduos.
Este projeto tem por objetivo verificar a prática da farmácia caseira, os medicamentos predominantes e o descarte destes pelos pacientes atendidos em Unidades Básicas de Saúde do Município de Lages, visando a orientação da população quanto à forma adequada de armazenamento e descarte dos mesmos.
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica de corte transversal que foi realizada com pacientes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde de Lages. A coleta de dados foi realizada por estudantes do curso de Medicina da UNIPLAC, através da visita domiciliar, verificação dos medicamentos existentes na residência e aplicação do questionário estruturado aos pacientes. Foram entrevistados 100 pessoas.
Como resultados preliminares foram encontrados antialérgico em 9,98% das casas dos entrevistados, 9,93% de antieméticos, 7,89% de antiácidos,7,4% de antibiótico, 5,79% de antidepressivos.
A prevalência da farmácia caseira foi de 100%, resultado semelhante ao encontrado por Bueno (2008) no município de Ijuí, RS, onde observou-se a presença de medicamentos em 91,59% das residências. Schenkel et al. (2005) também observaram alto índice de medicamentos nas residências, totalizando 97% na população de três Unidades Básicas de Saúde de Porto Alegre, RS. Então, esses resultados mostram que grande parte da população apresenta um estoque domiciliar. Em relação a composição da farmácia caseira teve predomínio de antialérgicos, seguido por atieméticos e antiácidos. A maioria da população (69%) afirma praticar automedicação, semelhante a Bueno (2008), que encontrou 75,7% dos entrevistados que fazem esta prática. O descarte dos medicamentos vencidos é em sua maioria realizado no lixo comum, com 45%. Porém Silva (2005), encontrou 83%, no RJ.
Farmácia caseira; medicamentos vencidos; descarte.
Clínica Médica
Helena Martins Balbé, Marli Abelina Souza