Avaliação da capacidade funcional geriátrica em indivíduos não sedentários
A população brasileira, de acordo com a tendência demográfica mundial, está envelhecendo. No entanto, o aumento da estimativa de vida não garante, em mesma proporção, melhor qualidade de vida para os idosos. A crescente inclusão de atividades físicas no cotidiano dos gerontes tem colaborado para o desempenho positivo destes nas Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD’s), assim como nas Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD’s), resultando em menor dependência a terceiros e boa qualidade de vida.
Objetivou-se avaliar a capacidade funcional (ABVD’s e AIVD’s) de idosos participantes ativos de atividades lúdico-físico-sociais, e correlacionar com fatores como: doenças prévias, o uso de medicações e arranjo domiciliar.
O estudo foi quantitativo, observacional e retrospectivo; as capacidades funcionais foram avaliadas pela Escala de Katz e Escala de Lawton e Brody; as variáveis epidemiológicas foram avaliadas através do Questionário de Dados Pessoais.
Evidenciou-se que aproximadamente a totalidade dos participantes da pesquisa era independente quanto às ABVD’s, sendo apenas 1,2% considerado dependente nestas atividades. Em relação às AIVD’s, 27,06% foram considerados independentes, enquanto 71,76% enquadraram-se como moderadamente dependentes e, apenas 1,18% severamente dependente. A maioria dos idosos era mulheres, que morava acompanhada de pelo menos uma pessoa, sendo mais da metade casada ou viúva; mais da metade dos entrevistados tinham menos de nove anos de educação formal; 48,24% possuía diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica, seguida por diabetes mellitus, com 21,18%. Aqueles sem nenhuma patologia diagnosticada corresponderam a 28,24%. Apenas 27,06% dos idosos não utilizava nenhuma medicação, os demais faziam uso de pelo menos uma terapia medicamentosa.
Concluiu-se que os idosos praticantes de atividades físicas têm um satisfatório desempenho das atividades mais simples do cotidiano, como as ABVD’s, até àquelas que necessitam de um raciocínio e execução mais elaborada, como as AIVD’s. Verificou-se que é necessário aumentar a presença dos idosos do sexo masculino na prática de atividades lúdicas e físicas. E por fim, observou-se que o diagnóstico de algumas doenças, em alguns casos, não pode ser fator limitante, por si só, para a prática de determinadas atividades, desde que haja consentimento médico e acompanhamento com profissionais especializados, pois é notória a sanidade mental e física dos idosos não sedentários.
Idosos; Atividades Físicas; Dependência; Independência.
Clínica Médica
Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil
Danilo Carvalho Frisso, Bruno Luiz da Silva Portugal, Patrícia Braga Pereira