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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

INJÚRIA RENAL AGUDA PROVOCADA POR LONOMIA OBLIQUA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O acidente com lagartas do gênero Lonomia é um agravo recente na literatura médica. O contato pode provocar uma síndrome hemorrágica severa caracterizada por hipofibrinogenemia intensa. As complicações responsáveis pelos óbitos registrados neste tipo de acidente são IRA e hemorragia intracraniana.

Objetivos

Demonstrar a potencial gravidade do acidente causado por Lonomia obliqua

Delineamento e Métodos

Relato de caso atendido em um Centro de Informação Toxicológica

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 41 anos, sem histórico de comorbidade, procurou atendimento hospitalar uma hora após esmagar com a mão esquerda várias lagartas do gênero Lonomia (identificadas pelo médico) no tronco de uma árvore. Apresentava dor em queimação e hiperemia local. O médico faz contato com o Centro de Informações Toxicológica de referência. Foi informado que o soro antilonômico só estava recomendado frente alteração dos exames globais da coagulação (TC, TP e TTPA). Os exames coletados duas horas após o contato com as lagartas ficaram prontos três horas após e estavam alterados: TC 20 min, TP 17,4 seg, AP 57% e TTPA 90 seg. O paciente recebeu 5 ampolas de soro antilonômico 5h após o acidente. Exames 15 h após o tratamento com soro específico: TC 11 min TP 18 seg AP 61 %, RNI 1,39 e TTPA 47seg. Paciente foi liberado com menos de 20 h após receber o soro antiveneno, sem receber a hidratação adequada para prevenção da IRA e sem nenhuma avaliação da função renal. No 1º, 2ºe 3º dias após a alta o paciente evoluiu com náuseas, inapetência, insônia, e muita dificuldade para urinar. Procurou atendimento médico na UBS onde foi realizado dosagem de creatinina = 11,6 mg/dL. No mesmo dia foi encaminhado para clínica de hemodiálise de referência da região onde iniciou hemodiálise no dia seguinte. Seguiu fazendo hemodiálise três vezes por semana por dois meses. Foi acompanhado por 6 meses, com uma creatinina variando de 1.9 a 2,3 mg/dL. Paciente ciente de perda de percentual da função renal.

Conclusões/Considerações Finais

A deposição maciça de microtrombos nos glomérulos gerados pela coagulopatia de consumo pode ser uma das causas da IRA nos acidentes por Lonomia obliqua. A alteração da hemostasia neste tipo de acidente é precoce e pode ser intensa já nas primeiras seis horas. Assim, a semelhança de outros acidentes por animais peçonhentos, o diagnóstico precoce e o tratamento específico podem prevenir a instalação de coagulopatia grave e consequentes complicações como a IRA. A hidratação adequada e a avaliação da função renal fazem parte do protocolo no acidente lonômico.

Palavras-chave

Lonomia, Injúria Renal Aguda

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Bruno Nahorny Ferreira, Thiago Massuia, Jonathan Werner Decker, Marlene Zannin