PNEUMONIA EM UTI DE TRAUMA DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Pneumonia hospitalar associada à ventilação mecânica é o principal foco de infecção dos pacientes politraumatizados internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diante do tratamento invasivo e imunossupressão do paciente politrauma o risco de uma evolução clínica infecciosa torna-se ainda maior.
Estimar a incidência e determinar os fatores de risco para o desenvolvimento de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) em pacientes pós–trauma internados na UTI do Hospital do Trabalhador (HT).
Estudo de Coorte retrospectivo de pacientes que apresentaram pneumonia durante o internamento na UTI Geral do HT, entre o período de 01/01/2012 à 31/12/2013. Para diagnóstico foram utilizados os Critérios Diagnósticos do Centers for Disease and Control (CDC). Elaborou-se uma ficha de busca ativa que foi preenchida com informações presentes nos prontuários e no banco de dados Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar (NECIH) do HT.
Foram avaliados 125 pacientes. A amostra foi majoritariamente composta pelo sexo masculino (79,2%), com idade variando entre 18 e 94 anos e média de 42,7 anos. O principal mecanismo de trauma foi o automobilístico (48%), tendo como sítio mais prevalente o trauma crânio encefálico (TCE) com 54,4% dos casos seguido do trauma torácico (35,2%). O tempo médio de permanência na UTI foi de 26,6 dias (DP 21,8) e da ventilação mecânica (VM) 19,4 dias (DP 17,7). Os agentes etiológicos foram MSSA (20%), seguidos do Acinetobacter baumanni e Pseudomonas aeuroginosas (15%), seguida de Haemophilus influenza. Quanto a terapia utilizada, utilizou-se piperacilina tazobactam em 96 dos pacientes, correspondendo a 76,8% da amostra.
A incidência da PAV teve como principal causa de trauma o acidente automobilístico e acometimento do crânio, sendo este um preditor independente para risco de mortalidade. Houve ainda associação entre tempo de permanência na UTI com desenvolvimento da PAV. Há maior taxa de pacientes com hemocultura positiva se comparado com literatura, pois vítimas de trauma possuem maior risco para bacteremia. Os agentes etiológicos – Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumanni – correlacionam com a literatura, exceto pela acréscimo da MSSA (Stafilococus sensível a meticilina), como principal bactéria. A piperacilina-tazobactan foi o antibiótico de escolha na terapia empírica e a politerapia era dependente do patógeno encontrado.
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Clínica Médica
Universidade Positivo - Paraná - Brasil
Heloisa Zanella Adamante, Bruna Schmelzer, Mariana Cozer Botta, HELOISA Ihle Garcia Giamberardino