Relato de Caso: Micose Fungóide
A micose fungóide é classificada como neoplasia de células T helper que afeta a pele. É o tipo de linfoma cutâneo primário mais comum, mas raro (0,5 para cada 100 mil pessoas por ano). Predomina em pacientes do sexo masculino entre 55 e 60 anos. É uma doença tipicamente indolente. A manifestação da doença ocorre em três estágios e é de difícil diagnóstico, podendo exigir vários estudos complementares.
Descrever o caso clínico de paciente portador de Micose Fungóide como fonte de informação e conhecimento.
Trata-se de uma pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva e longitudinal, realizada através da análise do prontuário do paciente.
Paciente masculino, 40 anos, encaminhado à UOPECCAN em Fevereiro de 2014 para acompanhamento de teratoma testicular. Durante o acompanhamento, apresentou máculas planas irregulares com superfície áspera, descamativa e pruriginosa, esparsas pelo abdome e membros superiores e inferiores. Referiu avaliação com dermatologista e tratamento com cetoconazol, sem resposta. Foi submetido à biópsia incisional de lesão em membro inferior esquerdo que avaliou infiltração de linfócitos atípicos, compatível com fase macular de linfoma cutâneo de células T. Na avaliação complementar com biópsia excisional e imunohistoquímica, resultados se mostraram compatíveis com linfoma cutâneo de baixo grau, micose fungóide em fase macular. Foi sugerida revisão de lâmina e nova imunohistoquímica para confirmação do diagnóstico. Revisão de lâmina confirmou o diagnóstico e resultado da imunohistoquímica mostrou expressão de TCD3 atípico com epidermorfismo podendo corresponder à micose fungóide. Realizado estadiamento clínico, o qual evidenciou estadio IIb. Foi administrada corticoterapia por longos períodos sem melhora, sendo encaminhado para avaliação da radioterapia. Devido a grande extensão das lesões houve contra-indicação da radioterapia. Paciente foi encaminhado para oncologia clinica que iniciou tratamento com Imiquimode tópico, porém evoluiu com piora das lesões após 45 dias de tratamento. Substituída terapia por Interferon, a qual se encontra em uso com resposta parcial até esta data.
A micose fungóide é uma rara neoplasia de células T helper de difícil diagnóstico, principalmente em estágios iniciais. O tratamento ainda é motivo de discussões, sendo propostos diversos métodos terapêuticos para sua abordagem, sem real consenso sobre a melhor terapêutica a ser utilizada. Interferon é uma das medicações utilizadas neste contexto, com resposta favorável.
Linfoma cutâneo, Micose fungóide
Clínica Médica
Cristianne de Macêdo Corrêa, Karin Fernanda Franck, Isabella Morais Tavares, Ademar Dantas Cunha Junior, Dante Morelli Machado