Embolia Séptica Pulmonar em Paciente Imunossuprimida: Relato de Caso
Embolia séptica pulmonar é um quadro clinico pouco comum, de grande morbimortalidade, de difícil diagnostico, em função do curso clinico insidioso, além da inespecificidade dos sintomas e dos achados radiológicos, que podem mudar de características dia após dia.
Relatar o caso de uma paciente cronicamente imunossuprimida com celulite associada à tromboflebite séptica, relacionada a cuidados de saúde, com complicações pulmonares incomuns e de difícil diagnóstico.
Relato de caso de paciente atendida no HSPE. Realizaram-se revisão de prontuário, de exames laboratoriais e radiográficos.
C.C.A, 80 anos, sexo feminino, com retocolite ulcerativa, em imunossupressão (Azatioprina). Após cinco dias de alta hospitalar, compareceu ao Pronto Socorro com febre associada a edema, eritema, calor e dor em membro superior esquerdo, em local de acesso venoso - diagnóstico de celulite. Iniciado tratamento com Vancomicina. Em hemoculturas, houve crescimento de Staphylococcus aureus Oxacilina-sensível (MSSA), sendo o tratamento descalonado. Foi submetida a ecocardiografia transesofágica, sem evidência de vegetações. A despeito do tratamento, mantinha febre diária, com dispneia progressiva. Radiografia de tórax evidenciou opacidades periféricas e tomografia computadorizada (TC) confirmou nódulos com necrose central. A pesquisa de micobactérias foi negativa. Por fim, a broncoscopia foi normal, descartando sinais de malignidade em análise anatomopatológica. Hemoculturas subsequentes negativas. O tratamento durou seis semanas, com regressão de sintomas e melhora radiológica.
A embolia séptica pulmonar (ESP) é uma doença grave e pouco frequente, que se manifesta principalmente com febre, sintomas respiratórios e infiltrados pulmonares, com foco ativo de infecção extrapulmonar. Hemoculturas são positivas enm mais de 90% dos pacientes, sendo MSSA o principal agente (20%). As imunodeficiências podem ser classificada como primárias ou secundárias, esta tendo como causa principal a desnutrição, e em segundo lugar drogas. Deve-se suspeitar de ESP em pacientes com história de uso de drogas intravenosas ou doença de base, se apresentarem febre, dispneia, dor torácica ou hemoptise e exames de imagem sugerirem múltiplos nódulos. TC deve ser realizada para caracterizar a embolia, assim como hemoculturas e ecocardiografia. O padrão de imagem pode se alterar rapidadmente. É um desafio diagnóstico, com alta mortalidade. Deve-se ter alta suspeição para diagnóstico e tratamento precoces
Embolia Séptica Pulmonar. Imunodeficiência Secundária. Staphylococcus aureus.
Clínica Médica
Hospital do Servidor Público Estadual - São Paulo - Brasil
Rodolfo Leal, Felipe Scipião Moura, Livia Nascimento de Matos, Fábio Campos Leonel, Leonardo de Oliveira Mendonça