Perfil epidemiológico das gestantes com HIV/SIDA atendidas em Chapecó-SC.
Com a mudança no perfil da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana e pela Síndrome da imuno deficiência adquirida (HIV/SIDA), marcada pela feminização e interiorização, o Brasil instituiu a vigilância epidemiológica da gestante com HIV/SIDA, a qual no ano de 2012 registrou mais de 7000 novos casos.
Identificar o perfil epidemiológico das gestantes com HIV/SIDA e a transmissão vertical (TV) pelo HIV das pacientes atendidas em um Hospital Dia (HD), referência no oeste do estado de Santa Catarina.
Estudo epidemiológico, observacional, descritivo do tipo transversal com gestantes vinculadas a um hospital referência em HIV/SIDA relativo ao período de janeiro de 2008 a dezembro de 2012.
Dentre as 88 gestantes estudadas, a média de idade foi de 29 anos (± 5,8); 81,8% de cor branca; 83% procediam da macrorregião oeste de Santa Catarina; 59% apresentavam diagnóstico prévio à gestação; 77,3% eram casadas ou viviam em união estável e, destas, o parceiro era sabidamente infectado em 39,7%; a média entre o diagnóstico da infecção e o início do tratamento foi de três anos; 90,9% não usavam drogas injetáveis; 95, 4% estudaram quatro a oito anos ou mais; 48,8 % trabalhavam e 51,1% recebiam de um a três salários mínimos; 37,5% dessas gestantes tinham em média dois filhos. Em relação ao tipo de parto 84,1% foram submetidas a parto cesáreo. Observou-se que a carga viral indetectável nas gestantes foi evidenciada quando o tempo entre o diagnóstico e início do tratamento foi menor (p=0,002); 65 recém-nascidos (73,9 %) foram acompanhados por um ano e seis meses, e dois (3%) apresentaram TV.
O perfil epidemiológico das gestantes com HIV/SIDA na região do estudo foi de mulheres jovens, de cor branca, expostas predominantemente por via sexual, com poucos anos de estudos, porém com formação maior que a média nacional. Alta taxa de desemprego e baixa renda, apesar do salário das gestantes ser superior aos estudos em comparação. A TV ocorreu nas gestantes com alta carga viral e baixo número de células T CD4. Houve 26,1% das puérperas que não fizeram o acompanhamento de seus filhos no HD e não foi possível determinar o estado sorológico dessas crianças. É fundamental que as redes de assistência estejam melhor organizadas para evitar a perda de seguimento ou de demora na tomada de decisão quanto à terapêutica ou profilaxia da prevenção da infecção vertical.
Epidemiologia; HIV/SIDA; Gestação.
Clínica Médica
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Santa Catarina - Brasil
Eduardo Favaretto, João Felipe Balena, Adriana Wagner, Maria Assunta Busato