Prevalência de aterosclerose subclínica e reclassificação de risco cardiovascular pela medida da espessura íntimo-medial carotídea em pacientes hipertensos ambulatoriais
Embora a medida da espessura íntimo-medial carotídea (EIMC) seja considerada um marcador direto de aterosclerose subclínica, com importante valor potencial na estratificação de risco cardiovascular, a mesma não tem sido preconizada para uso rotineiro em indivíduos hipertensos.
O presente estudo se propôs a investigar a prevalência de aterosclerose subclínica, avaliada pela medida da EIMC, e o impacto desta na estratificação de risco do paciente hipertenso.
Trata-se de estudo transversal que incluiu 94 hipertensos sem doença aterosclerótica manifesta, com média de idade de 56,99 ± 11,89 anos, sendo 68,1% do sexo feminino, submetidos a exame clínico, dosagens bioquímicas, ecodopplercardiograma e medida da EIMC por ultrassonografia de alta resolução.
Apesar de a maioria dos indivíduos ter sido estratificada como de risco baixo (63,5%) e intermediário (23%), segundo o escore de Framingham (EF), observou-se expressiva prevalência de espessamento carotídeo na amostra (75,3%), inclusive nos subgrupos de risco baixo (61%) e intermediário (93,8%). A EIMC concorreu para a reclassificação de risco em 70,31% dos pacientes em geral, sendo que 61% dos de risco baixo passaram para o intermediário e 93,8% dos de risco intermediário para o alto.
Nestes indivíduos hipertensos ambulatoriais, predominantemente de meia-idade e do sexo feminino, a medida da EIMC demonstrou elevada prevalência de aterosclerose subclínica bem como concorreu para a reclassificação de risco em expressiva proporção dos casos.
Hipertensão; Espessura íntimo-medial carotídea; Estratificação de risco.
Clínica Médica
Cacionor Pereira Cunha Junior, Ronald Lopes Brito, Francisco Chagas Monteiro Junior, Pedro Antonio Muniz Ferreira, Kassia Pinho Cunha