Perfil dos pacientes diabéticos com pé diabético internados em um hospital de Bragança-PA, 2015.
O diabetes mellitus é um importante problema de saúde pública, tanto pela sua alta prevalência, quanto pelas suas complicações, entre elas o pé diabético que é causa frequente de amputações e acarreta comprometimento na produtividade e qualidade de vida dos pacientes. A infecção do pé diabético representa uma das mais sérias complicações da diabetes. Infecção profunda do pé, devido à estrutura do compartimento do pé, pode causar graves síndromes do compartimento infecciosas que colocam o paciente diabético ao risco muito elevado de amputação, sepse ou óbito.
O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de pé diabético em um hospital e descrever os fatores de risco associados e as complicações.
Estudo qualitativo, transversal, retrospectivo, descritivo, realizado no período de 01 de janeiro de 2015 a 22 de abril de 15, no Setor de Enfermaria do Hospital Geral de Bragança-PA, por meio da análise de prontuários dos pacientes atendidos com diag-nóstico clínico de diabetes e “pé diabético
Foram analisados 82 de 270 prontuários de pacientes com diagnóstico de diabetes, dos quais 56% eram do sexo feminino com idade média de 65 anos, sendo 83% admitidos do Pronto Socorro. Dos 82 pacientes diabéticos 58% foram pé diabético, segunda causa mais comum foi infecção sendo que as principais foram de foco pulmonar ou trato urinário. Em relação aos fatores de risco, os mais encontrados foram hipertensão (91,1%) e tabagismo (46,4%). Quanto às complicações mais associadas, identificou-se doença cerebrovascular (48,8%). O tratamento predominante foi o cirúrgico (80%) sendo tipo de abordagem 36% realizaram amputação, 44% debridamento cirúrgico e apenas 20% curativo.
Esse estudo mostrou que pé diabético é uma patologia grave em nosso meio, culminando com uma alta taxa de amputações. A prevalência do pé diabético foi alta, sendo mais comum no sexo feminino, com idade média de 65,98 anos e procedentes do Pronto Socorro. A hipertensão arterial foi o fator de risco mais frequente e a doença cerebrovascular foi a complicação mais encontrada nessa população. Estes doentes têm a qualidade de vida comprometida, como consequência não só das internações como também da deficiência física gerada pelas amputações. Portanto, a prevenção adequada desta complicação do DM torna-se obrigatória, pelo diagnóstico mais precoce do DM, rigoroso controle metabólico e orientações para os cuidados com os pés, cabendo ao médico identificar os pacientes mais propensos ao seu desenvolvimento
Pé diabético, diabetes e complicações.
Clínica Médica
DEBORA MACIEL PIMENTEL DE BRITO, LUIZA BEATRIZ COELHO PONTES, KARLA SIMONE DE AVELAR ROCHA, JOÃO HENRIQUE DOS SANTOS PEREIRA, RAIMUNDO SILVIO DO NASCIMENTO NUNES JUNIOR