PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE COM SIDA POR REGIÕES BRASILEIRAS: UM CORTE TRANSVERSAL NO ANO DE 2014
Nos últimos 30 anos, a pandemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) já custou mais de 35 milhões de vidas ao mundo, com efeitos devastadores em comunidades e na economia, sendo ainda a 5ª causa de morte entre adultos no globo. No Brasil, país de vanguarda na distribuição de drogas contra o vírus e seus efeitos, a Organização da Nações Unidas (ONU) se faz presente há mais de 20 anos com campanhas de contenção dos agravos e disseminação do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), visto que o país registrou, em 2011, 656.701 casos de SIDA.
Descrever o perfil brasileiro dos pacientes infectados pelo HIV que desenvolveram SIDA no ano de 2014.
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo (corte transversal) realizado por meio de captação de dados secundários eletrônicos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde em julho de 2015. Foram explorados os fatores sexo, idade, cor, escolaridade e categoria de exposição hierarquizada.
Em 2014, a região Sudeste (SE) se destacou com 36,47% (5.750) dos indivíduos diagnosticados com SIDA do Brasil (total de 15.768). Excluindo classificações como “ignorado” e “não se aplica”, a faixa etária entre 40-49 anos desponta como a mais acometida, com 23,24% (3.664) da população em estudo. Digno de nota, a região SE tem a maior parte dos casos (1.421) e a região Centro-Oeste (CO) a menor (254). Quanto ao sexo, os homens são a maioria com 65% (10.258) dos casos, sendo a região SE detentora de 3.898 deles e a região CO apenas 781. Os heterossexuais se notabilizam como principal categoria de exposição ao vírus HIV, tendo a região Sul (S) sobressaído com a maior população desses (1.386) e a CO com a menor (417). Vale ressaltar que apenas 2 casos de transmissão por hemotransfusão foram registrados em 2014. Referente a escolaridade, pessoas com ensino médio completo são a maioria e, novamente, a região SE possui a maior parte dos casos (524), enquanto a CO a menor (123). Em relação ao critério cor, pardos prevaleceram com 23,92% (3.771) dentre os 15.768 diagnósticos de SIDA do ano de 2014 (em geral, nordestinos).
O perfil do brasileiro diagnosticado com SIDA em 2014 foi masculino, na faixa etária de 40-49 anos, heterossexual, com ensino médio completo e pardo. Este estudo revela alta contingencia na região SE, e disseminação viral mais branda ou subdiagnósticos na região CO.
imunodeficiência; SIDA; perfil epidemiológico; HIV;
Clínica Médica
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil
Victor da Paixão Guimarães, Mateus Fagundes Góes, Isadora Aragão Silva Trabuco, Emílio Magalhães Martins Gutzeit Will, Ana Beatriz Didier Studart