Título

POLIMIXINA INTRAVESICAL NO TRATAMENTO DE CISTITE POR KPC: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Klebsiella pneumoniae é uma bactéria gram-negativa, encapsulada e anaeróbia facultativa em forma de bastonete. Apresenta-se, com frequência, como germe multirresistente. A crescente incidência de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC) tornou-se um desafio para a saúde pública. Além de conferir resistência a várias classes de antibióticos diferentes, as infecções consequentes à essa bactéria estão associadas com elevadas taxas de mortalidade e de falhas terapêuticas em pelo menos metade dos casos. Diversos artigos estabelecem o tratamento de infecções causadas por KPC com terapia antimicrobiana dupla, porém não afirmam com segurança as vias alternativas à terapia endovenosa. Atualmente, o grande desafio está no limitado arsenal de antimicrobianos disponível para tal tratamento. Sob esse cenário, novas modalidades de tratamento são necessários, com urgência.

Objetivos

OBJETIVOS: Relatar um caso de tratamento de cistite por KPC com Polimixina E intravesical associado à Fosfomicina Oral.

Delineamento e Métodos

MÉTODOS: Relato de caso

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

RELATO DE CASO: T.A.V., feminino, 45 anos, admitida no Hospital Universitário Cajuru após colisão moto x auto, politraumatizada, com múltiplas fraturas e TCE. Permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva por treze dias. Evoluiu na sequência com piúria franca, urina com odor fétido e retenção urinária, necessitando de cateterismo vesical a cada 6 horas. Parcial de urina com sinais de infecção e urocultura com crescimento de Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase, sensível a Polimixina (MIC de 1mcg/dl) e Escherichia coli multi sensível. Iniciado infusão intravesical de 50mg de Polimixina E diluída em 20 ml de solução fisiológica a 0,9%, após cada cateterismo vesical. Associou-se ao tratamento, um envelope de Fosfomicina ao dia, durante três dias. Após sete dias de tratamento, paciente evolui com melhora dos sintomas, com urina límpida e inodora. Parcial de urina de controle sem sinais de infecção e nova urocultura sem crescimento de KPC.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: Apresentamos uma via alternativa à via habitual de infusão da Polimixina com sucesso terapêutico. A infusão intravesical da Polimixina E associado a Fosfomicina oral foi eficaz no tratamento da infecção do trato urinário por KPC. Novas vias administrativas são necessárias visando a diminuição de efeitos colaterais e sucesso no tratamento das bactérias multirresistentes.