Macroglobulinemia de Waldenström: Relato de Caso
A Macroglobulinemia de Waldenström é uma desordem linfoproliferativa crônica caracterizada pelo aumento da viscosidade sanguínea, elevação dos níveis de Imunoglobulina M monoclonal e presença de infiltrado linfoplasmocítico na medula óssea. Apresenta uma incidência de 3 casos a cada 1 milhão de habitantes ao ano. O diagnóstico é baseado na biópsia de medula óssea, sendo fundamental a presença de infiltrado monoclonal por pequenos linfócitos B com diferenciação plasmocitoide. Por ser incurável, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e a prevenção de dano orgânico. Contudo, mesmo com a terapêutica adequada, a sobrevida é de cerca de 5 anos.
O objetivo deste estudo foi relatar o caso de uma paciente com Macroglobulinemia de Waldenström, já que se trata de uma desordem rara. Com isso, almeja-se enfatizar a importância do reconhecimento dessa patologia hematológica para instituição da melhor conduta terapêutica.
Realizou-se um estudo retrospectivo e observacional, relatando-se o caso de uma paciente diagnosticada com Macroglobulinemia de Waldenström.
Paciente feminina, branca, 79 anos, busca atendimento médico em março de 2015 por apresentar fraqueza progressiva e cansaço para realizar esforços do cotidiano. Relata que apresentou o mesmo quadro em outubro de 2014, quando realizou exames e estava com anemia. Ao exame físico, mucosas úmidas e hipocoradas, raciocínio lento, cianose em extremidades, enchimento capilar lento, unhas em vidro de relógio. Ausência de linfonodomegalias palpáveis. Ausculta cardíaca apresentando bulhas hipofonéticas e sopro sistólico. Ao exame do abdome, Traube ocupado, baço palpável a 3 centímetros do rebordo costal esquerdo. Exames laboratoriais evidenciaram pancitopenia (hematócrito 18%, hemoglobina 6 g/dL, VCM 93 fL, leucócitos totais 900 mm³, plaquetas 4000/mm³). A biópsia de medula óssea revelou padrão de infiltrado linfoplasmocitoide e a imunofenotipagem mostrou presença de população clonal que expressa CD22, CD19 e CD20 forte compatível com doença linfoproliferativa crônica de linhagem B. Foi iniciado, então, o tratamento quimioterápico conforme o protocolo DRC (dexametasona, rituximab e ciclosfosfamida). Houve boa resposta à terapêutica.
A Macroglobulinemia de Waldenström é incurável com as terapêuticas atuais. Por isso, com uma maior documentação e conhecimento acerca da doença é possível aperfeiçoar o tratamento e, por conseguinte, o prognóstico desses pacientes.
Pancitopenia. Doença Linfoproliferativa. Macroglobulinemia. Infiltrado linfoplasmocítico.
Clínica Médica
Sabrina Nalin, Michele Garcia Muraro, Cristian Anselmo Trevisan, Denise Ramos de Almeida, Luciano Alt