Prevalência de hiperglicemia em idosos: Um estudo de base populacional
O aumento no número de pessoas idosas na população mundial está associado a diversas modificações fisiológicas e patológicas dos indivíduos. Como exemplo, pode haver aumento da gordura, em especial na região abdominal, e diminuição da massa magra, um quadro favorável ao aumento da resistência à insulina e do risco para ocorrência de diabetes e doenças cardiovasculares.
A presença de hiperglicemia nos idosos pode ocasionar complicações dos tipos macrovasculares (doença cardiovascular, cerebrovascular e de vasos periféricos) e microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia). Essas contribuem para a diminuição da qualidade de vida dos idosos.
O diabetes mellitus (DM) é o aumento da glicose sanguínea (hiperglicemia) devido a um conjunto de alterações metabólicas. Ocorre devido a problemas na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambos. O DM tipo 1 ocorre pela destruição das células beta e, como consequência, deficiência de insulina. O DM tipo 2, 90-95% dos casos de DM, se apresenta quando acontece defeito na ação e na secreção da insulina. Na maioria dos casos, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles.
O DM é uma manifestação comum e de incidência crescente. Em 1995 atingia 4% da população adulta mundial e estima-se que, em 2025, alcançará a cifra de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, e neles se acentuará o atual padrão de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos.
O diabetes apresenta alta morbimortalidade, com perda importante na qualidade de vida, além de ser uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular.
Verificar a prevalência de hiperglicemia na população idosa residente do município de Tubarão (SC).
Estudo transversal de base populacional. Foram estudados idosos no período de Setembro de 2010 a Maio de 2011. A prevalência de hiperglicemia foi avaliada a partir de exames de glicemia de jejum tendo como valores de referência para hiperglicemia índices maiores que 126mg/dL ou uso de medicamentos hipoglicemiantes.
A prevalência de hiperglicemia encontrada foi de 26,4%. Possuir pais com diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus e ser obeso foram fatores associados a presença de hiperglicemia.
Este estudo demonstrou que uma grande parcela da população idosa tem hiperglicemia, necessitando de uma avaliação mais ampla para pesquisa do Diabetes Mellitus.
Idoso, Glicemia, Diabetes Mellitus
Clínica Médica
Marina Spricigo Crocetta, André Luciano Manoel, Laise Rodrigues Silveira, Fabiana Schuelter Trevisol, Thayná Ferreira Furtado Pereira