Dengue, Chikungunya e Zika: Tripla Epidemia no estado da Bahia
INTRODUÇÃO: Dengue, Chikungunya e Zika são doenças febris, com espectros clínicos bastante semelhantes, transmitidas pela picada do mosquito do gênero Aedes, de modo que a elevada densidade do vetor mantém o Brasil como área de risco para a ocorrência de epidemias. A primeira, e mais conhecida em todo território brasileiro, é causada por um arbovírus do gênero Flavivírus e classicamente manifesta-se com febre alta, cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retro-orbitária e exantema maculopapular em face, tronco e membros. Apesar de a maioria dos casos apresentarem evolução benigna, com desaparecimento espontâneo dos sintomas entre 5 e 7 dias, alguns pacientes podem evoluir com manifestações hemorrágicas, derrames cavitários, instabilidade hemodinâmica e choque, quadro este chamado de dengue hemorrágica, que pode ser letal. A febre Chikungunya, uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), do gênero Alphavirus, foi identificada nas Américas em outubro de 2013 e difere-se da dengue apenas pela intensidade das artralgias, bem como, pelo seu caráter crônico. As dores articulares, que podem durar até 3 anos, com períodos de agudização e latência, costumam ser incapacitantes, afastando, inclusive, o indivíduo da vida laboral. Finalmente, em fevereiro de 2015, registraram-se na Bahia os primeiros casos de Zika, doença causada por outro arbovírus do gênero Flavivírus, o Zika vírus (ZIKAV), e que se distingue da dengue pela febre baixa e por seu caráter mais autolimitado, com remissão dos sintomas entre 3 e 5 dias. Recentemente, foi sugerida uma possível correlação entre a infecção pelo ZIKAV e complicações neurológicas, como a Síndrome de Guillain-Barré.
OBJETIVOS: Revelar o número de casos de Dengue, Chikungunya e Zika no estado da Bahia, durante o ano de 2015.
MÉTODOS: Estudo epidemiológico, quantitativo, descritivo e restrospectivo, cujos dados foram obtidos através de consulta à base de dados Suvisa e analisados pelo Excel Versão 2011.
RESULTADOS: Até julho de 2015, foram notificados, na Bahia, 9.312 casos de Chikungunya, 34.518 de Zika e 50.893 casos suspeitos de Dengue, o que representa um aumento de 179,32% em relação ao mesmo período de 2014.
CONCLUSÕES: A magnitude dos dados revela a situação de tripla epidemia que o estado atravessa e chama atenção para a necessidade de ações de vigilância epidemiológica que busquem controlar o vetor e evitar as complicações, bem como, o comprometimento da produtividade e da qualidade de vida do indivíduo.
Palavras-Chave: Dengue; Febre de Chikungunya; Infecções por Arbovírus.
Clínica Médica
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Bahia - Brasil
Fabiana Figueredo Oliveira Maia, Thalita Lopes Souza, Rafaela Sotirakis Araújo, Jéssica Muniz Pereira Marques, Saulo Sacramento Meira