Natureza e distribuição das principais alterações tomográficas em pacientes vítimas de Traumatismo Cranioencefálico em um hospital de referência em trauma da região norte do Ceará
O traumatismo cranioencefálico (TCE) constitui um dos principais problemas de saúde pública mundial, apresentando uma crescente incidência no mundo moderno e representando uma importante causa de morbimortalidade em adolescentes e adultos jovens. A tomografia (TC) e a Escala de Coma de Glasgow (ECG) têm sido utilizadas como instrumentos cruciais na determinação da gravidade da lesão traumática.
Descrever a natureza e a distribuição das lesões mais frequentemente encontradas na TC de crânio, em cada grupo de pacientes vítimas de TCE de acordo com a ECG.
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo e retrospectivo. Foram coletados dados como: sexo, faixa etária, mecanismo do trauma, ECG e resultados da TC de crânio em uma ficha de recolhimento de dados por meio de prontuários de pacientes vítimas de TCE que foram admitidos na emergência da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Ceará, no período de janeiro e fevereiro de 2015. Nesse período, foram admitidos 127 pacientes com diagnóstico inicial de TCE. Entretanto, nossa amostra foi composta de 63 pacientes devido a não disponibilidade de alguns prontuários, além de que outros não tiveram o diagnóstico final de TCE. Os dados foram analisados com estatística simples.
Nesse período de estudo, constatou-se que a maioria das vítimas era do sexo masculino (82,5%). A faixa etária mais frequente foi a de 20 a 35 anos (33,3%). Quanto ao tipo de TCE, 28,5% foi considerado grave, 44,4% moderado e 25,3% leve. A causa mais comum de TCE foi acidente de moto (49,2%). Das 63 vítimas de TCE, 91,2% apresentaram anormalidade tomográfica, sendo as alterações intracranianas mais frequentes na TC de crânio as contusões cerebrais (28,8%) e Hematoma Extradural (HED) (16,6%). Em relação ao TCE leve, as alterações mais comuns foram a Hemorragia Subaracnóidea (HSA) e o HED, ambas com 22,7%. Contusão cerebral e HSA prevaleceram no TCE moderado, com 31,2% e 18,7%, respectivamente. No TCE grave, contusão cerebral (35,1%) e HED (18,9%) foram os mais frequentes.
A predominância dos acidentes de moto como causa de TCE e a prevalência da faixa etária de adulto jovem fornecem indícios da situação social do local estudado, uma vez que há maior exposição dessa faixa à violência e acidentes de moto. Em relação às anormalidades tomográficas nos pacientes vítimas de TCE, observamos que são comuns e que há variações de acordo com a gravidade do traumatismo, ou seja, de acordo com a pontuação obtida na escala de Glasgow.
Traumatismo Cranioencefálico
Escala de Coma de Glasgow
Tomografia Computadorizada
Alterações Intracranianas
Clínica Médica
Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, campus de Sobral - Ceará - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Sobral - Ceará - Brasil
JOÃO LAERTE ALVES DE FREITAS FILHO, PLUTARCO INÁCIO PARENTE, ANA RAQUEL FERREIRA DE AZEVEDO, PRISCILA GARCIA CÂMARA CABRAL TAVARES, ANDERSON BARBOSA BRAGA