Síndrome da Urina Roxa na Bolsa Coletora
Relatar o caso de uma rara manifestação em doentes usuários crônicos de sonda vesical de demora
Relatar o caso de um paciente com síndrome da urina roxa na bolsa coletora
Descrever a propedêutica realizada
Estudo de caso, qualitativo, descritivo. Realizada revisão de prontuário de paciente internada em unidade hospitalar.
Paciente portador de bexiga neurogênica, usuário crônico de sonda vesical de demora em cistostomia (há 3 anos), com sequela de AVC; Procurou o pronto socorro para troca de sonda vesical de demora. Durante a troca, acompanhante informa que há 15 dias o paciente vem apresentando alteração da coloração da urina na bolsa coletora, ficando arroxeada, mas ao sair pelo meato uretral, apresentava-se de coloração normal. Paciente com sequela de AVC, pouco contactuante, incialmente investigado para outras causas de coloração alterada da urina, inclusive porfiria intermitente aguda, mas sem critérios para tal. Foi realizado exame de urina, que evidenciou Ph 7,0; Leucocitos 4mil; Hemácias 2mil; Bactérias 3+; Cilindros ausentes; Nitrito negativo; Proteina 1+; Hemograma sem leucocitose, sem desvio a esquerda. Observado por equipe de saúde, que a urina ao ser coletada para exame, apresentava-se de coloração normal, ficando arroxeada apenas dentro da bolsa coletora. Solicitada cultura da urina, que mostrou-se com Flora Mista inicialmente, e em seguida nova amostra coletada, porém após troca da bolsa coletora, com resultado negativo. Paciente com urocultura de 02 anos anteriores, apresentando Proteus Mirabilis. Paciente não apresentava outros sintomas, e optou-se por não iniciar antibioticoterapia, orientar o paciente e seus familiares sobre a etiologia da coloração arroxeada da urina, e informado sinais e sintomas de alarme.
A síndrome da urina roxa na bolsa coletora é uma condição rara, ocorre geralmente em pacientes usuários de sondagem vesical de demora prolongada, sendo fator de risco importante para esta condição. Este síndrome se dá por infecção da bolsa coletora por bactérias que colonizam o trato urinário destes doentes. Relatamos um caso ocorrido em nossa enfermaria, onde apesar da origem infecciosa, não foi isolado qualquer microorganismo específico, optando-se por trocar a bolsa coletora e não iniciar antibióticos.
Urina roxa; Bolsa Coletora;
Clínica Médica
HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - São Paulo - Brasil
Pedro Henrique Oliveira Brito Alencar, Maria Fernanda Gianetti, Fernando Hideki Assakawa, Nicolas Rafael Formicola, Natalia Regina Metello Alécio