PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES USUÁRIOS DO HIPERDIA NA BAHIA NOS ANOS DE 2008 A 2012
Em 2002 foi criado um Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM), denominado Hiperdia. O programa objetiva estabelecer metas e diretrizes para ampliar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle dessas patologias, através da reorganização do trabalho de atenção à saúde, das unidades da rede básica dos Serviços de Saúde. A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No Brasil, sua prevalência varia entre 22% e 44% para adultos, chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. Referente ao DM é estimado que o Brasil passe da 8ª posição, com prevalência de 4,6%, em 2000, para a 6ª posição, 11,3%, em 2030. O DM e a HAS são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS). Evidências demonstram que o bom manejo destes problemas de saúde ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares.
Descrever as características epidemiológicas de pacientes hipertensos e/ou diabéticos atendidos na rede pública, registrados no sistema informatizado de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos (Hiperdia), entre 2008 e 2012, dados mais recentes disponíveis.
Estudo epidemiológico descritivo realizado por meio de consulta aos dados do Sistema Hiperdia gerenciados pelo Ministério da Saúde e disponíveis online na página do Departamento de Informática do SUS - DATASUS.
A maioria dos indivíduos apresentou diagnóstico de HAS (95,1%) e mais de 25% eram diabéticos. Observou-se maior proporção de mulheres, de indivíduos nascidos na capital baiana e idade ≥ 60 anos. O sedentarismo (44,58%) foi o fator de risco mais recorrente seguido por sobrepeso (34%) e tabagismo (15,5%). O acidente vascular encefálico foi a complicação mais frequentemente observada, a saber 20.212 pacientes (4,82%). A segunda complicação mais prevalente foi infarto agudo do miocárdio, que acometeu 12.506 pacientes (2,98%).
O perfil epidemiológico detectado nesses pacientes sugere um controle dos fatores de risco através de ações preventivas na atenção básica. Tais ações evitam as complicações ou mesmo retardam a progressão das já existentes e as perdas delas resultantes. Portanto, o devido acompanhamento ainda na atenção básica é decisivo na garantia da qualidade de vida desses pacientes.
Hipertensão, Diabetes Mellitus, Epidemiologia, Perfil de Saúde
Clínica Médica
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil
Isadora Aragão Silva Trabuco, Mateus Fagundes Góes, Victor Paixão Guimarães, Emílio Magalhães Martins Gutzeit Will, Ana Beatriz Didier Studart