CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CONTAGEM-MG
A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. Sua prevalência no Brasil varia de 22.3% a 43.9%. Apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.
Conhecer o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes hipertensos atendidos em uma unidade básica de saúde no Município de Contagem em Minas Gerais, e identificar os fatores de risco para doença cardiovascular mais frequente nos usuários.
As informações foram obtidas através de questionário aplicado, avaliação de prontuário, cadastro da unidade básica de saúde e revisão bibliográfica. O questionário abrange as seguintes variáveis: gênero, idade, escolaridade, comorbidades, tabagismo, etilismo, sedentarismo e avaliação de pressão arterial.
A unidade básica de saúde Novo Progresso I do Município de Contagem, abrange uma população superior a seis mil usuários, sendo a maioria de baixa escolaridade. Dentre os 882 hipertensos cadastrados e acompanhados, 378 aderiram ao tratamento, ou seja, 42,86% dos usuários. Destes pacientes adeptos ao tratamento, sessenta e sete porcento são do gênero feminino, com média de idade entre 40 a 75 anos, 65% se definiram como brancos, 32.7% apresentam dislipidemia associada e 42% são diabéticos. Quando questionados sobre realização de atividade física, 82% são sedentários; 25% são etilistas e 49% tabagistas. Doze porcento dos indivíduos já apresentaram algum tipo de complicação cardiovascular em razão do quadro de hipertensão arterial não tratada.
O perfil clínico traçado pelo estudo evidencia alta prevalência de comorbidades, ausência de adesão à mudança de estilo de vida preconizada, além de consideráveis complicações, comprometendo a qualidade de vida e autonomia funcional dos usuários. Percebemos a necessidade de intensificar as estratégias educativas para promover a adesão a proposta de tratamento para maior efetividade na melhora de saúde da população alvo.
hipertensão arterial, tratamento, complicações
Clínica Médica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil
Fabrício Costa Ferreira, Franciele De Angelis Silva, Maísa dos Santos Costa