Avaliação de excesso de base e lactato como fatores prognósticos em pacientes com sepse grave e choque séptico.
Em 2001, Smith et al observaram que o excesso de base (BE) < -4 mmol/L e o lactato arterial > 1,5 mmol/L podem predizer a mortalidade à admissão de pacientes graves na UTI.
Avaliar se o BE e o lactato arterial tem associação com a mortalidade em sepse grave e choque séptico, após a introdução do protocolo de terapia precoce guiada por metas (EGDT).
Estudo observacional que analisou pacientes com sepse grave e choque séptico admitidos num hospital privado entre 2010 e 2014. Foram avaliados os valores de BE e de lactato de sangue arterial no momento da triagem do protocolo de sepse. Realizados os testes t de Student e Qui-quadrado para comparar sobreviventes e não sobreviventes. A regressão logística foi usado para identificar preditores de óbito com p<0,05.
Dos 297 pacientes, 75 (25,7%) faleceram. Sobreviventes e não-sobreviventes diferiram nos seguintes aspectos, respectivamente: Idade (58±21 vs. 71±14; p<0,001), APACHE II (17±9 vs. 27±10; p<0,001) e lactato arterial (2,5±1,9mmol/L vs. 3,4±3,2mmol/L; p=0,007). O BE não diferiu entre os grupos (-3,2±6,6mmol/L vs. -3,5±7mmol/L; p=0,81). O valor de lactato associado ao maior risco de óbito foi >3,4mmol/L (OR = 1,9 IC95% [1,3 a 2,8], p<0,02), sensibilidade = 0,10 e especificidade = 0,81. A análise multivariada identificou as variáveis Idade (p<0,001), APACHE II (p<0,001) e lactato arterial (p<0,02) como preditoras de óbito.
Observamos maior risco de óbito associado ao lactato arterial >3,4mmol/L. O BE não apresentou associação com a mortalidade em pacientes com sepse grave e choque séptico.
Clínica Médica
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil
Felipe Gustavo Westphal, Francisco Simões Pabis, Gabriela Gama Martins, Maria Olivia Pozzolo, Glauco Adrieno Westphal