Adesão ao tratamento em pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica em um Hospital Universitário
Introdução: A não-adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um fator de risco cardiovascular frequentemente não reconhecido, por contribuir para um menor controle da pressão arterial (PA).
Objetivos: Verificar os níveis de adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes com HAS e associar com dados sociodemográficos.
Delineamento e Métodos: Estudo transversal e observacional. Foram entrevistados 100 pacientes maiores de 18 anos atendidos em consultas periódicas de ambulatório de cardiologia, que estavam em tratamento medicamentoso anti-hipertensivo há, pelo menos, um ano. Após consentimento e assinatura de TCLE, foram aplicados um questionário para coleta de dados sociodemográficos e a Escala de Adesão Terapêutica de Oito Itens de Morisky (MMAS-8).
Resultados: Do total de entrevistados, 41 (41%) pacientes foram considerados aderentes ao tratamento (grupo 1); e 59 (59%) foram classificados como não aderentes (grupo 2). Quanto ao gênero, 66% dos entrevistados eram do sexo feminino, e 34%, do masculino, não havendo relação com a adesão (p=0,40). A idade média no grupo 1 foi de 66,2 anos (DP 9,4), e de 60,9 anos (DP 12,5) no grupo 2, sendo p=0,02. A média do número de anti-hipertensivos entre os aderentes foi de 2,3 (DP 0,9), e de 2,4 (DP 1,1) entre os não-aderentes (p=0,09). O tempo médio de tratamento dos pacientes do grupo 1 foi de 13,8 anos (DP 10,0), e do grupo 2, 9,9 anos (DP 7,2), sendo p=0,02.
Conclusão: A prevalência de adesão ao tratamento encontrada neste estudo foi de 41%, maior em relação a outros estudos brasileiros. Os fatores relacionados com a adesão foram idade mais elevada e maior tempo de tratamento.
adesão, hipertensão arterial sistêmica
Clínica Médica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Santa Catarina - Brasil
LÍLIAN JOCKEN STANGE, ROBERTO HENRIQUE HEINISCH