ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA E ABORDAGEM DE TRATAMENTO: RELATO DE CASO
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva, com incidência mundial de 1-3/100.000 habitantes e, frequentemente, leva à óbito em 3 a 5 anos de progressão, por paralisia respiratória, devido ao acometimento dos neurônios motores superiores e inferiores.
Descrever o caso de um paciente portador da ELA e apresentar novas
perspectivas de tratamento.
Relato de caso de um paciente acompanhado em uma Unidade Básica de Saúde de Itajaí, onde os acadêmicos realizam estágio de Medicina Familiar e Comunidade. Os dados foram coletados em prontuário, anamnese e exame físico, além de busca na literatura sobre abordagem de casos.
Paciente masculino, 44 anos, caso típico de ELA, com acometimento inicial dos neurônios motores inferiores, cursando há 1 ano com paresia de membros inferiores, dores difusas, dificuldades de deambulação, e há 5 meses apresenta progressão da doença em membros superiores e fala. Faz uso de Riluzol, medicamento de escolha, desde o diagnóstico, o qual não apresenta resultados satisfatórios. Dentre as novas opções de tratamento estão: Minociclina que foi excluída pela baixa eficácia em testes pré-clínicos e apresentação de resultados apenas no início da doença. Arimoclomol que se apresentou como uma opção viável, visto que teve bons resultados nas pesquisas. Fenilbutirato Sódico, eficaz somente em ELA familiar com o uso anterior a instalação da doença, não sendo o caso do paciente. Foi proposto então o uso de Tamoxifeno, geralmente utilizado no tratamento de câncer de mama estrogênio dependente. Para a ELA (fase II), age na inibição da proteína kinase, que atua em uma via de excitação do glutamato, a qual está aumentada na medula desses pacientes. Além da recomendação médica, o paciente teve iniciativa, sem abandonar o Riluzol, de buscar tratamentos alternativos, os quais proporcionaram diminuição temporária da artralgia e efeitos psicológicos benéficos.
Doença incapacitante de rápida evolução e acometimento psicossocial pessoal e do núcleo familiar. Para o paciente, a busca de tratamentos alternativos foi importante para novas perspectivas de melhora. O medicamento escolhido foi o Tamoxifeno, visto sua maior aprovação nas pesquisas que o Arimoclomol. Em poucos dias de uso, apresentou melhora da dor e da qualidade de vida, resultados positivos no âmbito psicológicos e proporcionou expectativas de estabilização do quadro para a equipe multidiscIiplinar.
Esclerose Lateral Amiotrófica; tratamento; Tamoxifeno.
Clínica Médica
UNIVALI - Santa Catarina - Brasil
Camylla Souza Landal, Rafaella Ragugnetti, Gabriela Massola Scarioti, Laís Helena Zimmermann, Carolina Machado