ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL SEROSO PAPILÍFERO COM RECIDIVA PRECOCE PÓS CIRURGIA, METÁSTÁSE ÓSSEA ÚNICA EM TÍBIA E ANÁLISE GENÔMICA POR TESTE DE SEQUENCIAMENTO DE ÚLTIMA GERAÇÃO FOUNDATION ONE: RELATO DE CASO.
O carcinoma seroso papilífero uterino perfaz 10% de todos os tumores uterinos porém é responsável por 39% de todas as mortes relacionadas ao câncer de corpo uterino. Ele é um tipo histológico raro caracterizado por sua agressividade e pequena sobrevida global. Devido à raridade desta doença e poucos estudos clínicos prospectivos, seu tratamento ainda constitui um desafio clínico. A análise genômica pode contribuir para uma melhor estratégia terapêutica.
Relatar o caso de uma paciente com carcinoma seroso de útero com evolução agressiva, com metástase única em tíbia e que foi submetida a um estudo por sequenciamento genômico de última geração, demonstrando sua eficácia.
Estudo descritivo desde seu diagnóstico bem como a evolução do caso até o óbito. Dados obtidos a partir da análise do prontuário, acesso aos exames de imagem e teste genômico.
Paciente feminina, 58 anos, em menopausa, relatou metrorragia em abril/2014. Procurou sua ginecologista que solicitou ecografia transvaginal onde constatou-se formação expansiva endometrial de 5,7cm, sendo submetida à curetagem uterina com análise histopatológica evidenciando adenocarcinoma de células claras pouco diferenciado. Realizado estadiamento com tomografia de tórax/abdome/pelve, que mostrou doença restrita ao corpo uterino. Em maio/2014 foi submetida a histerectomia com esvaziamento ganglionar pélvico e o resultado patológico evidenciou adenocarcinoma seroso papilífero, invasão do miométrio e infiltração do parênquima ovariano. Na terceira semana do pós-operatório iniciou com dor intensa no joelho esquerdo. A ressonância magnética evidenciou metástase óssea em tíbia. Na semana seguinte iniciou com dor abdominal, disúria, polaciúria e metrorragia, quando exame de ressonância magnética de abdome em 14/07/2014 mostrou múltiplas massas na cavidade pélvica e lesão hepática. Iniciou quimioterapia e solicitou-se o teste genômico FoundationOne. Resultado do teste genômico mostrou mutações de KRAS, PIK3CA, PTEN, ARID1A, BCOR e SMARCA4. A paciente apresentou rápida progressão da doença, iniciando everolimus em novembro/2014 com doença estável até fevereiro/2015. Com nova progressão da doença, ocorreu o óbito em março/2015.
Apesar da evolução agressiva do caso, este é um exemplo das futuras perspectivas quanto ao avanço dos tratamentos genômicos. Contudo, ainda distante da prática clínica devido ao seu alto custo.
Sequenciamento; endométrio; adenocarcinoma
Clínica Médica
Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
Adriel Barbi Braz, Luis Carlos Stoeberl, Nara Lins Meira Quintão, Carla Juliana Ribas, Carolina Perrone Marques