Título

IDENTIFICAÇÃO DE FALHA TERAPÊUTICA EM INDIVÍDUOS ACOMPANHADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA PARA TRATAMENTO DE HIV/AIDS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL

Fundamentação/Introdução

Introdução: Os avanços na terapia antirretroviral (TARV) levaram ao aumento progressivo nas taxas de resposta terapêutica e têm mantido pacientes infectados pelo vírus HIV assintomáticos, melhorando sua sobrevida. Embora as taxas de sucesso da TARV sejam elevadas, existem pacientes que irão apresentar falha terapêutica, seja ela virológica, imunológica ou clínica, que normalmente necessitarão de alterações em suas TARVs.

Objetivos

Objetivos: Identificar casos de falha imuno-virológica nos pacientes com HIV/Aids em uso de TARV, atendidos no Centro Municipal de Atendimento à Sorologia CEMAS/SAE/CTA, em Santa Cruz do Sul – RS, e analisar as causas destas falhas terapêutica.

Delineamento e Métodos

Métodos: Análise observacional transversal descritiva, através da revisão de 343 prontuários médicos, entre março e maio de 2015. Os dados foram compilados em tabelas desenvolvidas no Excel®, e as associações estatísticas foram efetuadas utilizando o SPSS 17.0.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Resultados: Observou-se que dos 343 pacientes analisados, 195 (56,85%) são do gênero masculino, a mediana de idade foi de 42 anos e a raça de maior prevalência foi caucasiana, 188 (54,8%). A média da última carga viral e CD4+ realizados foram respectivamente de 23406,7 cópias/ml e 564 células/mm3. Quanto a TARV, 293 faziam uso, e destes, 81 (27,6%) necessitaram em algum momento trocar o esquema terapêutico. O exame de genotipagem foi realizado em 8 (2,33%) pacientes. As mutações mais encontradas foram na classe dos inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos, sendo a Nevirapina o antirretroviral que apresentou maior taxa de resistência, encontrada em 6 (75%) dos pacientes, seguida do Efavirenz, que apresentou resistência em 4 (50%) dos pacientes.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: As falhas terapêuticas encontradas no estudo foram principalmente virológicas e imunológicas. Atrelado a isso, a má adesão observada ao tratamento constituiu causa importante de insucesso terapêutico e fator participante do processo de resistência aos antirretrovirais. Observou-se ainda, que apesar de um número significativo de falhas terapêuticas, evidenciado pelo grande número de trocas de esquemas na TARV, a solicitação do exame de genotipagem foi muito restrita no serviço analisado. A implementação da realização da genotipagem se faz necessária para elucidar o motivo da falha terapêutica que, associada ao incentivo à adesão, possibilitaria uma otimização do tratamento dos pacientes com HIV/AIDS.

Palavras-chave

Infecção por HIV; AIDS; Terapia Antirretroviral; Falha Terapêutica; Genotipagem

Área

Clínica Médica