RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE AMPUTAÇÃO E O CONTROLE GLICEMICO NO ANO ANTERIOR À AMPUTAÇÃO EM PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS HFR NO PERÍODO DE MAIO A OUTUBRO DE 2014
O pé diabético é responsável por uma elevada taxa de morbidade em pacientes diabéticos, seja por acometimento vascular ou por acometimento nervoso. Pode-se observar que o descontrole glicêmico contribui para complicações; que levam ao desfecho do pé diabético: a amputação.
Avaliar a relação do controle glicêmico com a taxa de pé diabético nos pacientes amputados.
O presente projeto é um estudo retrospectivo, que analisa dentre os pacientes submetidos à amputação em nosso serviço, no período de maio a outubro de 2014, o controle glicêmico no ano anterior à amputação, através da glicemia laboratorial aleatória daqueles que necessitaram amputação. Foram analisados 39 prontuários de pacientes submetidos à amputação de membros. Análise da relação com o maior nível de glicemia laboratorial aleatória apresentada pelo paciente no último ano.
Dos 39 pacientes submetidos a amputação, 15 pacientes não eram diabéticos e 24 eram diabéticos, destes 16 pacientes foram amputados por outras causas e 8 pacientes foram amputados devido a pé diabético. Dentre os pacientes amputados por pé diabético, não foi solicitada glicohemoglobina para nenhum, 2 pacientes não apresentavam glicemia nenhuma, e os outros 6 apresentavam valores de glicemia de jejum superiores a 200mg/dl, sendo que 3 pacientes apresentavam glicemias entre 200 e 300mg/dl, um paciente entre 300 e 400 mg/dl e 2 pacientes entre 400 e 500mg/dl. A média de idade dos pacientes amputados é de 64,5 anos, sendo todos do sexo masculino.
A dosagem de glicemia em jejum e/ou hemoglobina glicada deveria ser rotineira em pacientes diabéticos internados para avaliação do controle glicêmico domiciliar, em vista que que múltiplos fatores durante a internação alteram o valor da glicemia. A média de idade vista nessa amostra de pacientes reflete um maior tempo de evolução da doença e a possibilidade de estar associada com outras comorbidades provoca um pior prognóstico da doença que culmina com a amputação. A prevalência do sexo masculino no estudo pode ocorrer devido a diversos fatores, como o desleixo com a saúde, além de epidemiologicamente estarem mais sujeitos a traumas. O correto preenchimento do prontuário com dados que indicam e alteram o desfecho da doença são essenciais para uma análise adequada da influência da glicemia isoladamente, não podendo-se concluir que a glicemia é o principal fator que define a amputação.
DIABETES, GLICEMIA, AMPUTAÇÃO
Clínica Médica
Debora de Paula Mendes de Oliveira, Janaína Monteiro Pires, Elisa Botelho Calili, Rafael Santos Leal, Leandro Augusto de Araújo Barros