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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Artrite séptica pneumocócica: Um relato de caso e revisão da literatura

Fundamentação/Introdução

A artrite séptica pneumocócica é descrita como rara ou incomum, sendo o Streptococcus pneumoniae agente etiológico de até 6% dos casos de artrite séptica em adultos. Porém tal agente raramente é considerado como provável nos casos de artrite séptica na nossa prática diária, de forma que o manejo ideal nesses casos nem sempre está claro.

Objetivos

Identificar regimes ideais de tratamento e informações prognósticas.

Delineamento e Métodos

Relato de um caso clínico de monoartrite de joelho internado no Serviço de Clínica Médica do HUCFF e revisão da literatura vigente sobre o tema.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente hígida, sexo feminino, de 59 anos, admitida com uma monoartrite aguda de joelho direito. A investigação inicial levou à comprovação de artrite séptica, com isolamento de Streptocuccus pneumoniae na cultura do líquido sinovial. Apesar de lavagem articular aberta em centro cirúrgico e antibioticoterapia guiada por teste de sensibilidade, paciente mantinha febre diária. Investigação complementar evidenciou empiema loculado em hemitórax esquerdo, tratado com toracostomia em selo dágua, seguida de toracostomia aberta, com resolução completa do quadro. Retrospectivamente detectamos que a paciente tinha tido uma história sugestiva de pneumonia comunitária não tratada, antes do início do quadro atual. O diagnóstico final foi de pneumonia pneumocócica, evoluindo com empiema e disseminação hematogênica para a articulação do joelho, provocando a artrite séptica.
Uma revisão de 190 casos de artrite séptica pneumocócica, a maior encontrada na literatura, identificou o joelho como o sítio mais acometido, sendo a cultura do líquido articular positiva em 84% dos casos. A via hematogênica é a principal via de contaminação articular por pneumococo, sendo que 50% dos pacientes apresentam infecção pneumocócica em algum outro sítio concomitante ao quadro da artrite séptica, assim como a paciente do nosso caso. A artrite séptica, contudo, é uma complicação incomum da bacteremia por Streptococcus pneumoniae, com incidência em torno de 0,3 a 0,6%.
O tratamento deve incluir drenagem articular (por punção, artroscopia ou aberta) e antibioticoterapia por três a quatro semanas. O prognóstico funcional costuma ser relativamente bom, especialmente se o início do tratamento for precoce. Nessa revisão, 74% dos pacientes recuperaram completamente a função articular e 21% permaneceram com uma limitação funcional leve.

Conclusões/Considerações Finais

A abordagem é ligeiramente diferente da artrite séptica de outras etiologias e o prognóstico é favorável.

Palavras-chave

Artrite séptica, pneumococo

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Thais Barbosa Souza, Verônica Brito Mello, Monique Guarino Bitencourt, Michele Oliveira de Marco, Camilla Nery Soares