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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Coinfecção pulmonar por Pneumocystis jirovecii e Citomegalovírus em paciente com Aids: relato de caso de uma associação rara

Fundamentação/Introdução

A pneumonia por citomegalovírus (CMV) em pacientes com Aids é rara e seu diagnóstico requer achados clínicos, radiológicos e anatomopatológicos consistentes. Seu tratamento é controverso na presença de outro patógeno causador de pneumonia.

Objetivos

Descrever caso de paciente com Aids e diagnóstico de pneumonia por Pneumocystis jirovecii e CMV, que só obteve sucesso terapêutico após associação de Ganciclovir.

Delineamento e Métodos

Revisão de prontuário médico e literatura.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 39 anos, previamente hígido, com emagrecimento de 10Kg em 2 meses, foi diagnosticada infecção por HIV, com carga viral (CV) de 341.570 cópias/mm³ e linfócitos TCD4+ de 23 células/mm³. Foram iniciados Tenofovir, Lamivudina, Lopinavir/Ritonavir.
Dez dias após o diagnóstico, procurou serviço de pronto atendimento devido à dispneia aos pequenos esforços. Encontrava-se alerta, pouco contactuante, hemodinamicamente estável, sem alterações na ausculta pulmonar. Foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e necessitou de ventilação mecânica invasiva. Exames de imagem mostraram infiltrado micronodular difuso (radiografia de tórax) e opacidades em vidro fosco, espessamento de septos interlobulares e linfonodomegalias mediastinais (tomografia computadorizada). Iniciou-se tratamento empírico para pneumonia (Ceftriaxona e Azitromicina), pneumocistose (Sulfametoxazol/Trimetoprim) e tuberculose (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol).
Após 7 dias, sem melhora do quadro pulmonar, realizou-se biópsia pulmonar; perante resultado negativo da baciloscopia de lavado brônquico, suspendeu-se terapia para tuberculose. O resultado da biópsia pulmonar, no 11º dia de internação, evidenciou Pneumocystis jirovecii e inclusões citomegálicas. Ainda sem evolução clínica favorável, associou-se Ganciclovir ao tratamento. Em 5 dias, devido à melhora clínica, foi extubado e recebeu alta da UTI. Completou 28 dias de tratamento para Pneumocistose e 21 para CMV. Manteve profilaxia secundária com Ganciclovir em Hospital-Dia até recuperação imune, quando recebeu alta aproximadamente 9 meses após início do quadro, com CV indetectável e linfócitos TCD4+ de 106 células/mm³.

Conclusões/Considerações Finais

O diagnóstico de pneumonia por CMV é controverso e usualmente requer ausência de outros patógenos, mas, neste caso, mesmo na presença e tratamento para P. jirovecii, a recuperação clínica e imune ocorreu somente após tratamento para CMV.

Palavras-chave

Pneumocistose; citomegalovírus

Área

Clínica Médica

Autores

Maria Luiza Benevides, Sérgio Beduschi Filho, Olga Francis Pita Chagas, Renata Zomer de Albernaz Muniz