RELAÇÃO ENTRE DIARRÉIAS AGUDAS E INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE EM PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL FELÍCIO ROCHO EM ABRIL E MAIO DE 2014
Clostridium difficile (CD) é uma bactéria gram-positiva que forma esporos e tem dificuldade de crescimento em meios de cultura tradicionais, sendo, por tal motivo, denominada difficile. É a principal causa de diarreia no ambiente hospitalar sendo o principal fator de risco associado a infecção por CD o uso de antibioticoterapia prévia.
Avaliar a presença de infecção por Clostridium difficile em pacientes que desenvolveram diarreia aguda durante o período de hospitalização e a presença de fatores de riscos associados.
Trata-se de um estudo retrospectivo, com base em prontuários analisados no período de abril e maio de 2014, que verificou, dentre uma amostra de 42 pacientes hospitalizados com diarréia aguda, a presença de infecção pelo agente microbiano Clostridium difficile.
Na amostra estudada a maioria dos resultados laboratorias quanto à presença de toxinas A e B nas fezes foram negativos (35/42); os principais antibióticos utilizados previamente à diarreia foram Teicoplamina, Meropenem, Ceftriaxone, Clindamicina, Clavulin, Tazocin e Polimixina B.
A idade média dos pacientes que desenvolveram diarreia aguda foi 61,6 anos. Em geral os pacientes permaneceram internados por um período maior que 30 dias, desses, 07 foram a óbito. Foram utilizados no tratamento de casos selecionados de diarreia aguda Ciprofloxacino e/ou Metronidazol. Apenas 01 dos casos foi classificado como grave necessitando do uso de Vancomicina. Nenhum necessitou de colectomia. 17 casos não receberam tratamento antibiótico. 01 caso foi considerado com diarreia actínica e recebeu alta com Loperamida. As comorbidades gerais identificadas nesta população foram câncer de bexiga, próstata, sepse abdominal, infecção urinária, doença de Alzheimer, pneumonia, doença vascular periférica, insuficiência renal crônica, transplante renal prévio, neutropenia, abcesso abdominal, cardiopatias.
O número de casos de CD aumentou nos últimos anos pelo uso indiscriminado da antibioticoterapia, maior número de imunossuprimidos, de idosos e alto índice de ocupação dos hospitais, favorecendo a disseminação dos esporos no ambiente hospitalar. Importante forma de prevenção é que profissionais de saúde lavem bem as mãos com água e sabão antes e após contato com o paciente, medida que se mostrou mais eficaz que desinfetantes à base de álcool.
clostridium; diarreia; aguda; antibioticoterapia
Clínica Médica
Hospital Felício Rocho - Minas Gerais - Brasil
Camila Teixeira Costa, Janaína Monteiro Pires, Caroline Fernandes Melo, Débora de Paula Mendes de Oliveira, Rafael Santos Leal