Hipotermia Terapêutica em paciente comatoso após Parada Cardiorrespiratória: Relato de caso
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência médica, que compreende a cessação abrupta da ventilação e circulação sangüínea. A grave hipoperfusão cerebral gerada expõe os pacientes que sobrevivem a uma PCR ao risco de desenvolverem lesão cerebral incapacitante. Nesse contexto, surge a hipotermia terapêutica (HT) pós-parada cardíaca, que consiste em manter o paciente submetido ao coma induzido em temperaturas corporais de 34°C por 48horas devido ao seu efeito neuroprotetor no tratamento da encefalopatia anóxica pós-PCR, que tem demonstrado efetiva queda da morbi-mortalidade entre esses pacientes.
Apresentar um relato de caso de um paciente atendido em um hospital de Lages-SC, vítima de PCR decorrente de um Infarto Agudo do Miocárdio, submetido à hipotermia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentando bom resultado, retirado do coma induzido após 48 horas de hipotermia, apresentava-se lúcido e orientado.
Relato de Caso de um paciente masculino, 38 anos, branco, músico, casado, hipertenso, tabagista e dislipidêmico, vítima de Infarto Agudo do Miocárdio, evoluindo para Fibrilação Ventricular e Parada Cardiorrespiratória na sua residência, reanimado pela equipe médica do SAMU, sofre mais uma PCR quando novamente é reanimado e encaminhado à emergência hospitalar onde sofreu mais 6 episódios PCR, sendo admitido em UTI reanimado apresentava-se comatoso, quando foi submetido à hipotermia terapêutica e ao coma induzido por 48 horas.
Após a terapêutica indicada o paciente apresentava boa evolução, saindo do coma induzido, lúcido, orientado e sem déficits cognitivo. Encaminhado ao cateterismo cardíaco apresentava lesão grave no segmento médio da coronária Circunflexa, onde realizada angioplastia com Stent. Recebeu alta da UTI e permaneceu internado em enfermaria comum por 24h, mantendo níveis neurológicos e hemodinâmicos estáveis recebendo alta hospitalar.
A hipotermia terapêutica como tratamento à encefalopatia anóxica tem seu efeito neuroprotetor comprovado por estudos em todo o mundo, no caso atualmente relatado a hipotermia pareceu mudar completamente o prognóstico do paciente que era gravíssimo com grandes possibilidades de lesões cerebrias na admissão na emergência hospitalar para um desfecho sem alterações neurológicas após o coma induzido.
Parada cardiorrespiratória
Hipotermia induzida
Pós-parada
Clínica Médica
UNIPLAC - Santa Catarina - Brasil
Bianca Lopes Omizzolo, Lourenço Duarte Zanotto, Pedro Henrique Favero Cetolin, Ricardo Rath Gargione, Renata Lahif Cavalcante de Albuquerque e Silva