Níveis reduzidos de 25-Hidroxivitamina D plasmática e sua correlação com os dados clínico -patológicos em pacientes com câncer de mama
A vitamina D tem sido apontada como um dos fatores que podem afetar a incidência e mortalidade no câncer, incluindo o de mama.
Avaliar a relação entre os níveis de vitamina D circulantes em pacientes diagnosticadas com câncer de mama e sua correlação com os fatores clínico-patológicos que determinam o prognóstico da doença a longo prazo.
Estudo prospectivo longitudinal que recrutou 61 mulheres diagnosticadas com carcinoma ductal infiltrante de mama antes do início da quimioterapia. Após assinatura de termo de consentimento esclarecido, foram coletados 10 mL de sangue periférico heparinizado, cujo plasma foi obtido por centrifugação e utilizado para dosagem quantitativa de vit D através de imunoensaio de micropartículas por quimioluminescência. Após 7 anos de follow-up, permaneceram no estudo 41 mulheres e seus dados foram analisados estatisticamente no software GraphPad Prism 5.0 e apresentados como média±erro padrão da média. Considerou-se significantes valores de p<0,05.
Os níveis de vit D em pacientes apresentando linfonodos negativos (LN-) foi significantemente maior que naquelas com linfonodos positivos (LN+) (20,34±1,3 ng/mL para LN+ e 23.69±0,94 para LN-, p=0,0390), bem como em pacientes com metástases (23,61±0,94 ng/mL no grupo sem metástase versus 20,58±1,18 ng/mL na cohorte metastática, p=0,05) Valores reduzidos foram encontrados em mulheres quimioresistentes (23.54±0,82 ng/mL no grupo sensível e 20.45±1.32 ng/mL nas quimioresistentes, p=0,0454) e, naquelas que foram à óbito (23,62±0,8 ng/mL nas pacientes que permaneceram vivas versus 19,7±1,93 ng/mL naquelas que foram à óbito em 2 anos, p=0,0197). Os níveis reduzidos de vit D estiveram significantemente associados ao pior prognóstico da doença (24,03±1,07 ng/mL no grupo de bom prognóstico e 20,46±1,03 ng/mL no grupo de pior prognóstico, p=0,0349), incluindo a presença de tumores triplo negativos (23,42±0,99 ng/mL para Luminal A e 17,17±2,88 ng/mL nos triplo negativos, p=0,041).
A dosagem de vit D no plasma de mulheres diagnosticadas com câncer de mama pode ter valor prognóstico de sobrevida, invasão linfonodal e metástase, bem como, preditivo de resposta ao tratamento
Vitamina D; Biomarcador; Câncer de mama
Clínica Médica
Jaqueline Janaina Jumes, Carolina Panis, Adma Poliana de Borba Cecilio da Silva