Utilização de protocolo de ventilação não invasiva em paciente com insuficiência respiratória aguda fora da UTI
A definição clássica de insuficiência respiratória aguda (IRA) é baseada na relação PaO2/FiO2 , quanto menor a relação mais severa é a condição, e a ventilação não invasiva (VNI) pode ser benéfica tanto na prevenção da progressão da IRA quanto como alternativa à intubação.
Descrever um caso de sucesso no emprego de um protocolo de indicação de VNI baseado na relação PaO2/FiO2 e no pH arterial (pHa) em paciente com IRA fora do ambiente de UTI
Relato de caso qualitativo e observacional.
Paciente feminina, 68 anos, portadora de HAS e DM, ICC classe III, interna com quadro de Sepse de foco urinário. Solicita-se transferência para UTI (sem vaga). Devido à dispnéia (frequência respiratória de 32/min) solicitou-se uma gasometria arterial (GA) e verificou-se uma relação PaO2/FiO2 de 210 com pHa de 7,24. Optou-se por iniciar VNI com interface facial após estabilização hemodinâmica. Após duas horas de VNI observou-se um ganho na relação PaO2/FiO2 (360) e um pHa de 7,30. Manteve-se o tratamento proposto e VNI por 48 horas. Obteve alta hospitalar no sétimo dia de internação com a resolução total da sepse e da disfunção respiratória, sem a utilização de recursos de UTI.
A VNI é uma abordagem terapêutica bem estabelecida em pacientes com IRA em ambiente de UTI. Seu uso fora da UTI pode ser uma opção para o controle da disfunção respiratória mesmo em pacientes com morbidades maiores e com condições graves com grande potencial de risco de vida como sepse grave, desde de que se utilize ferramentas de diagnóstico precoce de gravidade.
Ventilação não invasiva; Insuficiência respiratória aguda; Doença crítica aguda
Clínica Médica
Thais Azzoni Lopes, Priscilla Esteves Lopes, Juliana Peruzzo, Sanderland José Tavares Gurgel