PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE INFLUENZA A EM SANTA CATARINA, BRASIL NO ANO DE 2012
A Influenza humana é uma doença infecciosa causada por vírus altamente transmissível e de distribuição global. O contágio se dá por meio do contato direto com indivíduos doentes por gotículas infectadas e pequenas partículas produzidas pela tosse, espirro, contato das mãos e outras superfícies contaminadas.
O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da Influenza A no Estado de Santa Catarina, Brasil, no ano de 2012.
Foi realizado estudo epidemiológico de delineamento ecológico envolvendo dados de indivíduos notificados como casos suspeitos de infecção pelo H1N1 no ano de 2012.
As informações disponíveis nas fichas do SINAN e SIM foram coletadas por técnicos da DIVE-SC. O método de escolha para o diagnóstico laboratorial foi PCR-RT e o sítio para coleta foi secreção da nasofaringe. Para o diagnóstico de infecção pelo H1N1 foi considerado o PCR-RT positivo ou quadro de síndrome respiratório agudo grave.
Os dados coletados foram analisados por intermédio do Programa SPSS 18.0. Foi utilizado teste do qui-quadrado de Pearson para eventuais associações entre as variáveis estudadas e os casos confirmados e descartados com nível de significância de 95%.
O estudo foi realizado sem qualquer prejuízo ou identificação nominal dos casos e o projeto de pesquisa foi submetido ao CEP/UNISUL e aprovado sob o n˚ 487.263.
Foram notificados 3.282 casos de SRAG no Estado de Santa Catarina. Destes, 972 foram confirmados pelo PCR-RT para Influenza, sendo que 732 (75,4%) eram Influenza por novo subtipo viral, 239 (24,5%) por Influenza A sazonal e 1 (0,1%) por Influenza B sazonal.
A taxa de morbidade no período foi de 3,68/100 mil habitantes, enquanto que a taxa de mortalidade atingiu 0,14/100 mil habitantes. A média de idade dos casos notificados foi de 31 anos (DP = 26) com a moda de um ano. Não se observou diferença em relação ao sexo (p = 0,259). As variáveis cor de pele, escolaridade e gestação não mostraram associação estatisticamente significativa em relação à notificação (p = 0,424, p = 0,054 e p = 0,145, respectivamente).
Foi possível observar divergências em relação aos dados nacionais como a faixa etária, no entanto, dados como sintomas e comorbidades mantiveram-se semelhantes. Recomenda-se um acompanhamento longitudinal dos casos notificados nos períodos pandêmicos e pós-pandêmicos para melhor esclarecer a dinâmica de transmissão do vírus em longo prazo e aprimorar as estratégias de controle.
Influenza humana. Gripe. Influenza A. H1N1. Epidemiologia. Brasil.
Clínica Médica
Gabriela Coutinho Cavalieri, Jefferson Luiz Traebert, Vinícius Carriero Lima, Juliana Coutinho Cavalieri, Maurício Carriero Lima