Título

Neurocriptococose em paciente após uso de Adalimumab

Fundamentação/Introdução

Os Imunobiológicos são uma nova classe de medicamentos para doenças autoimunes - Artrite Reumatoide (AR), Artrite Psoriática, Espondilite Anquilosante - e oncológicas. Aos doentes com AR destacamos o uso de Inibidores de Fator de Necrose Tumoral Alfa (anti-TNF α) – Infliximab (IFX), Ertanecept e Adalimumab (AB), que comprometem os processos granulomatosos.

Objetivos

Atentar ao risco de infecções fúngicas, reativação de Tuberculose (TB), bem como o manejo dessas condições associadas ao uso de AB em paciente com AR.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Homem, 61 anos, AR há 5 anos, em uso de metotrexato (MTX) e prednisona desde o início e AB há 5 meses. Internado por perda ponderal, febre vespertina, cefaléia, astenia, dispneia, e vômitos há 5 meses. Tomografia Computadorizada (TC)/Ressonância Magnética de crânio: normais. TC de tórax: espessamento pleural, derrame pleural bilateral e pericárdico (laminares). Líquor: leucócitos(WBC):92/mm³-linfócitos(Linf):93%; glicose(G):37mg/dl; proteína:187mg/dl; culturas (fungo/bactéria/micobactéria) negativas. Líquido pleural exsudativo, WBC:1120/mm³-Linf:64%; G:245mg/dl; adenosina deaminase:20 U/L; raras células mesoteliais, culturas (fungo/bactéria/micobactéria) negativas. HIV e fator reumatóide negativos. Suspenso AB/MTX e iniciado tratamento empírico com RIPE (Rifampicina/Isoniazida/Pirazinamida) na suspeita de Neurotuberculose/TB disseminada. Após 16 dias, teste de aglutinação ao látex do antígeno criptocócico (CRAG) com título de 1:1024 e cultura positiva para Cryptococcus neoformans, ambos em líquor. Iniciados Anfotericina B desoxicolato (AMBD) e Fluconazol com melhora clínica, mas mantendo CRAG e culturas positivos no líquor até 23º dia de tratamento. Dado piora da função renal suspenso AMBD no 26º dia, mantido Fluconazol e RIPE. Cultura de líquor negativa após 6

Conclusões/Considerações Finais

Reativação da TB em usuários de AB possui evidência robusta na literatura. Abrimos discussão para outras condições como a doença criptocócica (há décadas tão atrelada a pacientes SIDA). Visto observarmos esparsos relatos desta doença relacionados ao uso de IFX e Rituximab, e agora ao AB; inaugura-se novo momento epidemiológico, e a possibilidade de orientações comportamentais e ambientais que visem menor exposição dos novos grupos de hospedeiros em potencial.

Palavras-chave

Adalimumab; neurocriptocose; tuberculose