SÍNDROME METABÓLICA E SUA RELAÇÃO COM ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE
A síndrome metabólica (SM) é caracterizada pela concomitância de distúrbios metabólicos e hemodinâmicos. Diante de sua relação com doenças cardiovasculares é imprescindível analisar o risco de evento cardíaco dos pacientes portadores dela.
O presente estudo teve como objetivo relacionar a SM com escore de risco cardiovascular em adultos com sobrepeso/obesidade.
Estudo clínico quantitativo, observacional, caso e controle e retrospectivo, realizado em pacientes com sobrepreso/obesidade atendidos no ambulatório de obesidade da Universidade de Passo Fundo. Os pacientes foram estratificados quanto à presença ou não de SM, para isso foram utilizados os critérios estabelecidos pela International Diabetes Federation. Para análise do risco cardiovascular, utilizou-se o escore de risco de Framingham (ERF). O escore obtido corresponde a um percentual de probabilidade de ocorrência de doença arterial coronariana nos próximos 10 anos. Assim, os indivíduos são classificados nas seguintes categorias: baixo risco apresenta uma probabilidade <10% de eventos cardiovasculares em 10 anos; médio risco entre 10 e 20%; e alto risco >20%.
Uma amostra de 19 pacientes com sobrepeso e obesidade (42 ±3 anos, 53% mulheres, IMC 38,5 ±2,1 kg/m²) fez parte do estudo. A prevalência de síndrome metabólica em todo o grupo foi de 79%. Não houve diferença significativa entre os grupos de risco quando comparados os pacientes com e sem SM: Risco baixo (<10%) [4 (66,7%) vs. 2 (33,3%); p=0,584]; Risco moderado (10 a 20%) [6 (75%) vs. 2 (25%); p=0.257], Risco alto (> 20%) [5 (100%) vs. 0 (0%); p=0.331], respectivamente. No que diz respeito ao nível de risco cardiovascular, observou-se que, apesar de não ter sido constatada diferença estatisticamente significativa entre os grupos com e sem SM, 73,3% dos pacientes com SM estão no níveis médio e alto.
A maioria dos pacientes com SM foi estratificado como médio e alto risco. O que prova a necessidade de se atentar para a síndrome metabólica na rotina médica a fim de evitar eventos cardiovasculares. O ERF é um método confiável, simples e de baixo custo, sendo um dos mais utilizados para identificação de pacientes ambulatoriais com maior risco de DCV, possibilitando, assim, a introdução de rastreamento mais rigoroso e terapias mais direcionadas como forma de prevenção de futuros eventos cardiovasculares. Isso porque o ERF permite estimar o risco para DAC em 10 anos. Entretanto, ainda não existe consenso sobre o escore mais apropriado para a detecção do RCV
Síndrome Metabólica , Escore de risco de Framingham, obesidade.
Clínica Médica
Agatha Aline Hofmann, Daniela Dos Santos Albarello, Samuel Santos De Freitas, Michel Ribeiro Fernandes, Gerson Luis Urnau