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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Psicose lúpica sem diagnóstico por 2 anos sendo tratada como doença psiquiátrica primária- A importância da avaliação clínica

Fundamentação/Introdução

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença heterogênea, com uma grande variedade de manifestações clínicas e gravidade. Assim, médicos de diversas especialidades podem se deparar com pacientes que apresentam sintomas iniciais decorrentes do acometimento de um determinado órgão ainda sem diagnóstico de LES. Quando a manifestação inicial é cutânea, articular, hematológica ou renal, a hipótese diagnóstica de LES é lembrada. Porém as manifestações neuropsiquiátricas trazem um desafio maior ao diagnóstico.A falta de um padrão ouro de diagnóstico e terminologia ambígua tem dificultado a investigação epidemiológica em lúpus eritematoso sistêmico neuropsiquiátrico.Um estudo de revisão de 2012 mostrou que os sintomas psiquiátricos estão presentes na maioria dos pacientes com LES sendo psicose a manifestação mais rara.

Objetivos

Relatar caso clinico de mulher jovem com transtorno psicótico secundário ao LES sem diagnóstico nem tratamento específico durante 2 anos. Ressaltar a importância do especialista em clínica médica e sua capacidade de avaliar o paciente de forma global para diagnóstico de doenças sistêmicas como o LES.

Delineamento e Métodos

Relato de caso clínico acompanhado pelo autor durante internação hospitalar

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Mulher de 22 anos em tratamento psiquiátrico com antipsicóticos há 2 anos para controle de alucinações visuais, auditivas, idéias delirantes e agressividade, foi atendida no ambulatório de hematologia para investigação de anemia. Devido à impossibilidade de realizar biópsia de medula óssea ambulatorialmente pela não cooperação da paciente, a mesma foi internada na enfermaria de clínica médica. Após anamnese e exame físico, constatou-se artralgias, máculas hipercrômicas com margens irregulares no rosto e membros, e hepatoesplenomegalia. Evoluiu com plaquetopenia e síndrome nefrótica durante internação. Anticorpos anti-DNA dupla hélice , anticorpos anti SSA e anti Sm positivos, sendo possível fechar critério diagnóstico. Após pulsoterapia com metilprednisolona apresentou melhora das alterações comportamentais e sintomas psicóticos.

Conclusões/Considerações Finais

Os métodos atuais de avaliação diagnóstica de sintomas psiquiátricos do LES precisam ser melhorados. A psicose lúpica se torna um desafio ainda maior quando é a apresentação inicial isolada do LES. Neste contexto, o clinico geral desempenha um papel fundamental uma vez que é o profissional mais capacitado para avaliar o paciente de forma integral formulando hipóteses diagnósticas que muitas vezes não são identificadas por médicos especialistas.

Palavras-chave

Psicose lúpica,Lupus eritematoso sistêmico

Área

Clínica Médica

Autores

Giovanni Possamai Dutra, Aline Saraiva da Silva Correia