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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Necrose Esofágica Aguda associada a Cetoacidose Diabética

Fundamentação/Introdução

A necrose esofágica aguda (NEA), também conhecida como black esophagus, é uma doença de prevalência rara, com estimativas na literatura que variam de 0,01% a 0,28%. Proveniente de um insulto isquêmico agudo que se manifesta como Hemorragia Digestiva Alta (HDA), aparece na Endoscopia Digestiva Alta (EDA) como mucosa de esôfago enegrecida, geralmente de forma circunferencial e difusa, com interrupção abrupta na junção esofagogástrica.

Objetivos

Ressaltar a NEA com causa grave de HDA e sua associação com cetoacidose diabética (CAD).

Delineamento e Métodos

Relato de caso de paciente internado em hospital universitário.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 54 anos, diabético em uso de insulina, hipertenso, tabagista, com doença arterial obstrutiva periférica, deu entrada na emergência com história de hematêmese associado a um quadro de CAD grave. Após estabilização inicial com reposição volêmica e eletrolítica, além de insulinoterapia, foi realizada EDA que evidenciou, a partir do terço médio do esôfago até a junção gastroesofágica, múltiplas úlceras enegrecidas, coalescentes, ocupando todas as paredes, circunferenciais, recobertas por densa camada de fibrina, com faixas de necrose de permeio. Tendo em vista a imagem característica de black esophagus, optou-se por manter o paciente em dieta zero e tratamento com inibidores de bomba de próton. Após progressão lenta da dieta, o paciente evoluiu bem e teve alta após 12 dias para seguimento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Uma forte associação entre CAD e NEA já foi relatada pela literatura, ocorrendo em até 14% dos casos em estudo de Yamada et al em 2006. Pacientes com black esophagus costumam ter um perfil composto por diversas comorbidades, apresentando-se com múltiplas disfunções orgânicas, hipoperfusão, vasculopatias, sepses e malignidades. Sua etiologia é multifatorial, oriunda da combinação de um insulto isquêmico ao esôfago, deficiência de mecanismos protetores da mucosa por desnutrição e/ou debilidade, e lesão corrosiva por refluxo de conteúdos gástricos no contexto de uma gastroparesia. Além de HDA, esses pacientes podem ter melena, epigastralgia, disfagia e náuseas. Complicações incluem perfuração com mediastinite e estenoses esofágicas. Uma alta letalidade, de até 37%, é vista nesses pacientes, geralmente relacionada às condições clínicas de base.
Portanto, pacientes com HDA que apresentem múltiplas comorbidades como diabetes, vasculopatia, instabilidade hemodinâmica, câncer, doença isquêmica ou CAD devem levantar a suspeita para NEA como diagnóstico diferencial.

Palavras-chave

Necrose esofágica / Cetoacidose Diabética / Black esophagus

Área

Clínica Médica

Instituições

HUCFF - UFRJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Natália Treistman Frota Leitão, Luis Filipe Azevedo Carvalho, Rafael Addum Moraes, Caio Abi-Haila, Thiago Derminio Cavalcanti Albuquerque