Hiper-homocisteinemia e Anticorpos Antifosfolípides: Uma associação desencadeante á trombose arterial
O primeiro relato de trombose arterial associada a hiper-homocisteinemia foi publicado por McCully em 1969. A homocisteína é formado no metabolismo da metionina que, em níveis elevados, pode causar toxicidade endotelial e ativar o sistema de coagulação. A hiper-homocisteinemia é defendida como um fator de risco independente para isquemia cerebral, aterosclerose e trombose independente da sua etnia.
Outra causa bem definida de trombose arterial é a síndrome antifosfolípides.
Esta é uma trombofilia autoimune adquirida, caracterizada pela presença de tromboses vasculares e/ou eventos obstétricos, acompanhada ou não de plaquetopenia na vigência de níveis moderados e persistentes de anticorpos antifosfolípides.
Estudos recentes vêm investigando a prevalência de hiper-homocisteinemia em pacientes com síndrome antifosfolípides primária.
Relato de caso de um paciente jovem, sem comorbidades previas , apresentando evento tromboembólico associado a presença de hiper-homocisteinemia e anticorpos antifosfolípides.
Relato de caso e revisão de literatura
Relato de caso de um paciente 34 anos, sem comorbidades prévias, com quadro de hemiparesia de membro superior esquerdo e desvio de rima à direita agudo, com diagnostico de acidente vascular encefálico isquêmico (AVCi). Exames realizado durante internação: Eletrocardiograma sem alterações, tomografia de crânio compatível com área isquêmica em região núcleos da base a direita e Doppler de carótidas com oclusão em porção distal ao segmento em carótida interna direita. Ecocardiograma transesofágico sem alterações. Realizado angiografia cerebral e dos vasos cervicais compatível com oclusão do tronco superior da artéria cerebral média direita, sugestiva de embolia arterial. Em exames para investigação de trombofilia, apresentava hiper-homocisteinemia (>50,00 umol/L) e anticoagulante lúpico positivo. Paciente com diagnostico de AVCi trombótico 2 ª SAAF primaria provável e Hiper-homocisteinemia. Recebe alta para acompanhamento em ambulatório de reumatologia em anticoagulação.
A hiper-homocisteinemia e os anticorpos antifosfolípides causam disfunção das células endoteliais e aumentam os fatores pro-coagulantes. Ambos interferem na via de proteína C, incluindo a supressão da síntese de trombomodulina e trombina de ligação, a indução de resistência à proteína C ativada e a redução do nível de proteína C. Com isso predispondo à eventos tromboembólicos , atuando como fatores de riscos independentes.
Anticorpos antifosfolípides primária, hiper-homocisteinemia, trombose, clínica.
Clínica Médica
Luana Alves Garcia, Adriano Toshio Higaki, José Celso Giordan Cavalcanti Sarinho