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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Atraso diagnóstico de acromegalia em paciente idosa que inicialmente se apresentou com cutis verticis gyrata

Fundamentação/Introdução

A acromegalia, doença metabólica causada por excesso do hormônio de crescimento (GH), é caracterizada por deformidades craniofaciais e acrais e tem sido tipicamente diagnosticada entre a quarta e quinta década de vida. Em casos raros, pode estar associada à cutis verticis gyrata (CVG), condição morfológica cutânea que imita a superfície do cérebro. Diagnósticos tardios e equivocados têm sido descritos por vários médicos aumentando a morbidade e mortalidade.

Objetivos

Relatar caso de acromegalia com apresentação inicial atípica levando a diagnóstico tardio.

Delineamento e Métodos

Revisão de prontuário e revisão sistemática da literatura (bases de dados Medline, Embase e sciELO).

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente do sexo feminino, 78 anos, há 15 anos com história de alterações craniofaciais e acrais. Avaliada em unidades de atenção primária e sempre diagnostica como um processo normal do envelhecimento, sem investigações adicionais. Paciente relatou alterações cutâneas inicialmente limitadas ao couro cabeludo que posteriormente se estenderam para fronte passando a apresentar cefaléia ocasional, fadiga, roncos, sudorese e aumento de mãos e pés. Exame físico revelou CVG, macroglossia, aumento do nariz, malares proeminentes, prognatismo e aumento de mãos e pés. Nossa hipótese diagnóstica de acromegalia foi confirmada com GH sérico (43ng/mL; não suprimido pela administração oral de glicose), fator de crescimento insulina símile 1 (805ng/mL) e macroadenoma hipofisário em ressonância magnética. Revisão criteriosa da literatura revelou que a acromegalia pode ser diagnosticada em qualquer idade. No entanto, este é o primeiro relato de CVG como manifestação inicial de acromegalia em paciente idoso descrito na literatura mundial, existindo apenas o relato de um paciente com 34 anos e quadro clínico semelhante. Tratamento clínico (análogos da somatostatina) não foi suficiente no controle da acromegalia; porém, nossa paciente recusou qualquer procedimento cirúrgico. O prejuízo psicossocial associado ao diagnóstico tardio pode explicar a falta de motivação em concordar com a terapêutica, o que levou ao fracasso no controle da doença.

Conclusões/Considerações Finais

O relato enfatiza a necessidade do diagnóstico precoce para melhorar a taxa de cura e reduzir a morbidade e mortalidade relacionadas à acromegalia. Em idosos, é importante que diagnósticos específicos sejam estabelecidos e sempre revisados, ao invés de rotular as manifestações clínicas apenas como processos normais do envelhecimento.

Palavras-chave

Acromegalia; Cutis verticis gyrata; Idosa; Diagnóstico tardio

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Municipal Walter Ferrari Jaguariúna - São Paulo - Brasil, Hospital SOBRAPAR - São Paulo - Brasil

Autores

Gustavo Henrique Araujo, Kamila Christine Araujo, Rodrigo Denadai, Karin Milleni Araujo, Rafael Denadai