O grau de conhecimento de gravidas e puérperas sobre o uso de plantas medicinais na gravidez e puerpério em um município da Amazônia Legal
Introdução/Fundamentos: A utilização de plantas medicinais para tratamento e prevenção de doenças é uma prática muito difundida e popular no Brasil, porém muitas vezes é empregada de maneira equivocada e até maléfica ao usuário, pois muitas plantas possuem princípios tóxicos e seu uso indiscriminado pode causar danos irreversíveis à saúde. Nesse contexto, gestantes e lactentes costumam recorrer ao uso de plantas medicinais por julgarem esta prática natural e inofensiva a saúde, sabe-se entretanto, que diversas espécies da flora possuem propriedades abortivas e danosas ao embrião/feto, podendo afetar o crescimento e desenvolvimento do mesmo.
Objetivos: Em seu objetivo geral, esse trabalho visou determinar o grau de conhecimento das grávidas e puérperas sobre o uso de plantas medicinais nos períodos de gravidez e puerpério por meio das seguintes variáveis: quais as plantas mais utilizadas nesse período; quais os efeitos esperados no organismo; quais os efetivamente obtidos e qual a fonte de conhecimento a respeito das plantas.
Delineamento e Métodos: Tratou-se de um estudo observacional, quantitativo e qualitativo, de abordagem estatística descritiva, sendo ainda prospectivo e transversal. A população estudada foi constituída por 112 mulheres, entre gestantes e puérperas. A Coleta de dados se deu por meio de entrevista com questionamentos pré definidos em um hospital de referência, na cidade de Santarém-PA.
Resultados: Observou-se que 28,6% da população estudada faz, ou fez em algum momento da gravidez e puerpério, uso de plantas medicinais, com negativa de 66,1% e 5,4% de pacientes que não informaram. Verificou-se que as plantas mais utilizadas foram: Erva cidreira (35%), Capim Santo (10%) e Laranja da terra (7,5%). O principal efeito esperado no uso das plantas foi o efeito calmante. Os efeitos obtidos foram os esperados na maioria dos casos (55%), não tendo sido verificado nenhum efeito adverso significativo . A principal fonte de indicação para o uso das plantas foi a mãe.
Conclusões/Considerações finais: Esse trabalho pode avaliar o grau de conhecimento das grávidas e puérperas sobre o uso de plantas medicinais na gravidez e puerpério. Os achados referentes ao efeito esperado são condizentes com o conhecimento popular na região. O uso de Erva Cidreira, Capim Santo e Laranja da terra parece não ter acarretado nenhum tipo de complicação.
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Gravidez, Puerpério.
Clínica Médica
Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil
José Pinto de Almeida Júnior, Gabriel Mattos Henriques, Anna Claudia Soares Silva, Alexandre de Oliveira Magalhães