ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL - 2008 A 2014
As doenças cardiovasculares, em especial o infarto agudo do miocárdio (IAM), compõem a primeira causa de mortalidade e incapacidade a nível nacional e mundial. A sua incidência crescente em países em desenvolvimento constitui uma das mais relevantes questões de saúde pública dos últimos tempos.
Descrever o perfil da mortalidade hospitalar por IAM no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil no período de 2008 a 2014.
Estudo observacional, descritivo de série temporal com dados secundários e agregados obtidos na base de dados do Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os dados obtidos foram reorganizados e analisados por meio do programa Microsoft Excel.
A taxa de mortalidade por IAM, no SUS, durante o período estudado, foi de 12,65. Essa taxa foi de 15,34 no sexo feminino e de 11,10 no masculino. Apesar desta taxa ser maior em mulheres, o número absoluto de óbitos é superior no sexo masculino, com 38.856 mortes masculinas contra 30.956 no sexo feminino. A taxa de mortalidade apresentou comportamento decrescente no período de 2008 a 2014 (de 13,68 a 11,73). A faixa etária que apresentou maior taxa de mortalidade foi acima de 80 anos (28,29), seguida das faixas de 70 a 79 anos (18,50), menor que 1 ano (15,55) e de 10 a 14 anos (12,12). A maior mortalidade observada quanto à variável cor/raça foi dos pacientes que não apresentavam registro desta informação (13,56). A raça indígena apresentou a segunda maior taxa de mortalidade (13,33), seguida das raças amarela (13,05), branca (12,35), parda (11,83) e preta (11,78). A região do país com maior taxa foi a centro-oeste (13,46), seguida das regiões norte (13,35), nordeste (13,34), sudeste (12,45) e sul (12,17).
A mortalidade por IAM, no Brasil, tem sua maior incidência no sexo feminino, na faixa etária acima dos 80 anos e em residentes da região centro-oeste. Apesar de apresentar uma menor taxa de mortalidade, o sexo masculino apresenta maior número de óbitos, o que sugere que a despeito da maior incidência, o IAM na mulher apresenta-se de forma mais fatal, provavelmente devido a apresentação atípica do quadro. Apesar de estar declinando com o passar dos anos, a taxa de mortalidade no país ainda é alta e merece maior atenção no que diz respeito a controle dos fatores de risco, diagnóstico, manejo e prognóstico do paciente com IAM atendido pelo SUS.
Infarto agudo do miocárdio; Taxa de mortalidade; SUS; Perfil de mortalidade.
Clínica Médica
Ana Beatriz Didier Studart, Emílio Magalhães Martins Gutzeit Will, Mateus Fagundes Góes, Isadora Aragão Silva Trabuco, Victor da Paixão Guimarães